Desde o início do ano passado e ao longo de toda a chamada corrida do Oscar, o cineasta coreano Bong Joon-ho já vinha recebendo um reconhecimento inédito por “Parasita”, seu filme premiado em Cannes. E a carreira de sucesso do longa-metragem culminou com os quatro Oscars conquistados na noite deste domingo, incluindo o de melhor filme, feito inédito para uma produção não falada em inglês, que deixa o de Joon-ho marcado na História do cinema. (veja a lista completa de premiados). Mas quem é Bong Joon-ho?
Aos 50 anos, nascido em Daegu numa família de classe média e filho de um professor de desenho industrial, Joon-Ho é um trabalhador incansável do cinema. Só nos últimos 20 anos, ele rodou sete longa-metragens, sempre assinando tanto a direção quanto os roteiros. O primeiro deles, “Cão que ladra não morde”, já saiu com prêmios em festivais internacionais, como os de Hong Kong e Munique. No total, Joon-Ho acumula 139 troféus, incluindo, além dos Oscars, o Bafta e a Palma de Ouro de Cannes.
O diretor sul-coreano, como fica claro em “Parasita” sempre teve uma visão privilegiada das engrenagens que sustentam as diferentes camadas da pirâmide social, e buscou contar histórias a partir deste prisma com boas doses de insinuação e suspense. Em entrevista ao GLOBO em 2017, ele apontou o cinema latino-americano como uma forte influência em seu trabalho, desde os tempos da faculdade e dos cineclubes em Seul:
— Sempre que posso, confiro o que estão fazendo os novos diretores chilenos, peruanos, argentinos, brasileiros. Porém, de todos eles, “Deus e o diabo na terra do sol” (1964), do Glauber Rocha, foi o filme que jamais saiu de minha cabeça. É impressionante, ainda hoje fico de boca aberta ao rever aquela maravilha.
O Globo