Os dois votos a favor da cassação do senador Sergio Moro (União-PR) foram justamente dos dois desembargadores que foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
O desembargador José Rodrigo Sade foi nomeado no dia 22 de fevereiro de 2024 e foi o responsável por abrir a divergência do voto do relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, contra a cassação.
A tese central de Sade foi a de que a pré-campanha de Moro à Presidência da República o beneficiou quando ele mudou de disputa para o Senado pelo Paraná, uma vez que o volume total de gastos feitos em todo o período da pré-campanha foi muito superior aos dos seus concorrentes no Paraná.
“Até as eleições, acabou ele (Moro) gastando muito maios recursos do que os demais candidatos que disputavam com ele a vaga de senador, porque até determinado ponto, seus gastos tinham por base o teto de uma campanha presidencial, o que, a meu ver, implicou em completo desequilíbrio do pleito em questão”, disse.
Já Julio Jacob Junior foi nomeado por Lula em 23 de abril de 2023 e acompanhou o voto de Sade.
Ambos são advogados e entraram nas vagas destinadas pela legislação a advocacia, cuja nomeação é feita também pelo presidente da República.
Com informações da CNN Brasil
2 Comentários
É inadmissível que cargos em regime democrático sejam preenchidos por indicação, em qualquer esfera do governo.
Tem que ser por concurso ou eleição popular direta
Eis que esses Desembargadores expõem a fragilidade do sistema de escolha vigente, ora, como em toda carreira onde a capacidade técnica não é levada em conta, resulta, às vezes, em aberrações como essa.
E é simples corrigir esse disparate, a ascensão dos juízes aos cargos de Desembargador deveria ser por tempo de serviço, apenas isso. O que falta é vergonha aos poderes constituídos .