O deputado estadual Jessé Lopes (PSL), de Santa Catarina, causou polêmica após postar em uma rede social, no fim de semana, uma crítica ao movimento “Não é não!”, de combate ao assédio. Criado em 2017, no Rio, o grupo atuará pela primeira vez no Carnaval de Florianópolis.
Em uma postagem no Facebook, feita no sábado, 11, Lopes afirma que o assédio “massageia o ego” e que ser assediada é um “direito” da mulher.
“Não sejamos hipócritas! Quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser ‘assediado(a)’? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude“, escreveu o deputado.
O movimento — que deve atuar em 15 Estados neste Carnaval — pretende distribuir tatuagens temporárias com a mensagem “Não é não!” e está em busca de recursos, por meio de doações. Para Lopes, contudo, trata-se de um “movimento segregador”.
“Após as mulheres já terem conquistado todos os direitos necessários, inclusive tendo até, muitas vezes, mais direitos que os homens, hoje as pautas feministas visam em seus atos mais extremistas TIRAR direitos. Como, por exemplo, essa em questão, o direito da mulher poder ser “assediada” (ser paquerada, procurada, elogiada…). Parece até inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil”, postou o parlamentar.
A mensagem do deputado foi publicada na manhã de sábado. Até a manhã desta segunda-feira, 13, tinha mais de 1,5 mil reações e 1,8 mil comentários.
Esta não é a primeira polêmica em que Lopes se envolve. Em maio do ano passado, durante a discussão sobre um projeto de lei de combate ao assédio sexual e à cultura do estupro em Santa Catarina, o deputado afirmou que as mulheres deveriam prestar atenção às roupas que usam para não chamar atenção de estupradores.
Em entrevista na noite de domingo, 12, à colunista Dagmara Spautz, do portal NSC Total, Jessé Lopes disse que fez a postagem sobre o movimento “Não é não” porque “mulheres feministas” dão “sentido errado e extremista” ao assédio.
“Daqui a pouco vai ter mulher processando homem só porque deu em cima dela, achando que isso de fato é assédio”, disse o deputado, afirmando ainda que “assédio, como crime, não acontece no Carnaval“: “(o assédio) É uma perseguição de dias, uma importunação da pessoa”.
Zero Hora