O presidente Jair Bolsonaro (PSL) colocou em prática algo que vem ameaçando desde a campanha eleitoral: passar na faca a verba oficial de publicidade a Globo. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou ainda que Bolsonaro decidiu priorizar emissoras com menos audiência, como Record e SBT, mas que são consideradas aliadas ao Planalto.
O presidente costuma reclamar que a Globo usa seus programas jornalísticos para atacar o governo, mas críticas se acirraram depois que a emissora vinculou seu nome ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Neste caso, Bolsonaro pôs em xeque a renovação da concessão da TV em 2022.
Os dados, portanto, indicaram uma inversão de tendência. Até o ano passado, a Globo recebia valores mais próximos do seu share, ou seja, da participação em audiência no total de emissoras ligadas.
Em 2017, ficou com 48,5% dos recursos e, em 2018, 39,1%. Neste ano, com base em dados parciais, a fatia despencou para 16,3%. Os percentuais da Record foram de 26,6% em 2017, 31,1% em 2018 e, agora, 42,6%; os do SBT, 24,8%, 29,6% e 41%, respectivamente.
O empresário Luciano Hang anunciou via Twitter na última quinta-feira, 7, que a Havan cancelou as campanhas publicitárias nos intervalos de 6 programas da Globo: Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Malhação e Caldeirão do Huck. A justificativa do empresário é de não compactuar com “jornalismo ideológico”da empresa.
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