O presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, Flávio Rocha, disse nesta segunda-feira 24 que o Brasil não vive um bom momento para a liberdade de expressão. Foi durante uma live para o jornal “Folha de S. Paulo”.
Sem mencionar as decisões do ministro Alexandre de Morais contra grupos que promovem as chamadas “fake news”, Rocha afirmou que “hoje existem 100 milhões de brasileiros com voz, com contas no twitter e existem autoridades que se veem no direito de dizer o que é verdade e o que não é, de editar a verdade de cada um de nós. Isso é muito triste”.
Para o empresário, “devia se comemorar o crescimento das mídias sociais como a democratização da verdade em relação ao cenário anterior onde a verdade era produzida em meia dúzia de redações e empurradas goela abaixo”.
E acrescentou: “A mídia social transformou cada um de nós num polo emissor de verdade. Isto deveria ser uma coisa comemorada como uma garantia de voz a todas as visões. Mas isto está sendo demonizado, chamado de robôs, chamado de fake news”.
Afirmou que a polarização de opiniões contra e a favor do isolamento social tornou “perigosa” a livre manifestação das opiniões por parte do empresariado. E citou o caso do empresário Edgar Corona, fundador da rede de academias Smart Fitt, que nos últimos dias de maio teve o computador e o celular pessoais apreendidos pela Polícia Federal durante investigações que apuravam ataques contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disparos de fake news.
“Ele (Edgar) estava no Marrocos, repassou um vídeo para o grupo, mas como houve uma falha na conexão saiu apenas a frase ‘precisamos impulsionar mais’, que foi colocada embaixo de um meme, que não tinha nada a ver com o material, com o qual eu concordo totalmente”, lembrou Flávio Rocha.
O vídeo critica a PEC 45, proposta de reforma tributária em discussão na Câmara, que vem recebendo muitas críticas do empresariado por beneficiar os bancos, as grandes indústrias e o setor de bebidas, enquanto os demais setores responsáveis pela maior absorção de mão de obra seriam prejudicados.
Folha de S. Paulo