Após a confirmação de que Ronnie Lessa é o autor do assassinato da vereadora Marielle Franco, a Polícia Federal (PF) divulgou mais detalhes sobre como ocorreu a dinâmica do crime.
Segundo os investigadores do caso, o ex-policial militar Élcio Queiroz revelou as circunstâncias do assassinato, que teve início por volta das 12h de 14 de março de 2018 a partir do uso de um aplicativo de mensagens instantâneas cujo conteúdo se auto-deleta. Atualmente, a única rede popularmente conhecida capaz de tal feito é o app russo Telegram.
Élcio e Ronnie se encontraram na casa do segundo envolvido e, de lá, seguiram de carro para a Lapa, no centro do Rio de Janeiro, onde Marielle Franco participou do encontro “Jovens Negras Movendo as Estruturas” — Élcio ficou no banco de trás e como responsável pela vigília da vítima, que, após a reunião político, entrou em um veículo Cobalt prata, dirigido pelo motorista Anderson Torres.
“Élcio dá os pormenores do que aconteceu, desde a chamada do Ronnie, ao meio dia, por um app de mensagens instantâneas que as mensagens se auto-deletam”, contou o superitendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Leandro Almada, durante coletiva realizada nesta segunda-feira (24/7).
Segundo o investigador, os executores emparelharam com o veículo guiado pelo motorista de Marielle e atiraram contra quem estava dentro do veículo — apenas Fernanda Chaves, assessora da vereadora, sobreviveu.
A rota de fuga utilizada pelos suspeitos foi o trecho via Leopoldina, que dá acesso à Avenida Brasil. Depois, partiram para a Linha Amarela, até a última saída, em direção ao Meyer. Então, pararam o veículo na residência de Lessa, interfonaram para o irmão dele e, então, pediram um táxi. De lá, eles foram até a Barra da Tijuca.
“Aí, é o elemento de corroboração mais contundente. Conseguimos o rastreamento dessa corrida de ambos do Meyer até a Barra da Tijuca. Depois, eles embarcaram no carro de Ronnie e seguiram embora. Essa foi a dinâmica do crime no dia 14 de março de 2018”, ressaltou Leandro.
Metrópoles