Ele convocou entrevista mais de um mês após ter dado última declaração.Cunha falou sobre ‘rumores’ de que estaria disposto a fechar delação.
O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, voltou a afirmar nesta terça-feira (21), que não irá renunciar à presidência da Câmara para evitar uma eventual cassação no plenário da Casa. Ele disse ainda que não tem o que delatar por que não tem “nenhum crime praticado”.
A declaração foi dada após o peemedebista ter sido questionado sobre se a sua disposição em renunciar teria mudado já que, nos últimos dias, ele tem sido procurado por aliados que têm sugerido a estratégia para evitar o constrangimento de ser cassado pelos colegas. Foi a primeira entrevista do presidente afastado depois de mais de um mês sem fazer pronunciamentos à imprensa.
Cunha também foi indagado por jornalistas sobre “rumores” de que, diante das denúncias no âmbito da Operação Lava Jato, estaria pensando em fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
“Como vocês [jornalistas] viram, eu não renunciei. Além disso, eu não tenho o que delatar, eu não tenho crime praticado, eu não tenho o que delatar. […] É um tema que repetidamente eu venho falando. Eu estou aqui, toda a boataria que foi feita por vocês […] eu até compreendo a expectativa, enfim, eu espero que esse tipo de boataria, de expectativa, não por minha culpa esteja mais presente. A minha posição não mudou uma vírgula sobre isso [renúncia]”, afirmou Eduardo Cunha.
“Eu não tenho o que delatar porque não cometi nenhum crime. Não tenho o que delatar sobre mim ou sobre terceiros. […] Se eu não cometi crime, eu não tenho o que delatar”, insistiu o peemedebista.
Na última semana, depois de oito meses de processo, o Conselho de Ética aprovou o parecer que pede a cassação de Cunha por quebra decoro parlamentar. Ele é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras, em 2015, quando disse que não tinha contas no exterior.
Ele reiteradamente repete que não é dono de conta no exterior, mas apenas o beneficiário de recursos geridos por trustes, entidades jurídicas formadas para administrar bens e dinheiro.
O prazo para a defesa dele recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da votação no Conselho de Ética vai até esta quinta-feira (23).
Questionado se trabalhava com a hipótese de ter o mandato cassado ou de ser preso, Cunha desconversou. “Eu trabalho com o acolhimento do meu recurso pela Comissão de Constituição e Justiça em que as nulidades sejam reconhecidas. Não trabalho nem com a possibilidade de que irá para o plenário”, disse.
G1