A possibilidade de a festa de réveillon de Copacabana ser cancelada levou o empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio, a sugerir ao prefeito Marcelo Crivella uma celebração sem aglomeração na Avenida Atlântica, onde as pessoas nas janelas formariam um coral à meia-noite, como antecipou o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. A ideia é que a a orla seja acessada somente por moradores da Avenida Atlântica e turistas hospedados em hotéis da cidade, com uma festa transmitida pela internet. Ele propõe um show à beira-mar: para Medina, uma forma de tornar a virada emocionante seria convidando o cantor Roberto Carlos para o espetáculo.
A ideia foi encaminhada no domingo para o WhatsApp do prefeito Marcelo Crivella, mas Medina ainda não recebeu resposta. O empresário diz que não teria participação na promoção do evento, que sua intenção é apenas ajudar o Rio. A celebração, afirma ele, ajudaria economicamente o estado e levaria uma mensagem positiva para um “mundo deprimido” por causa da pandemia da Covid-19.
— Na minha visão, o carioca tem duas chances: ou não ter festa de réveillon ou celebrar de um jeito diferente, de forma que possa ser notícia no mundo inteiro. Temos que pensar na economia do nosso município, do nosso estado — diz Medina sobre uma festa sem a presença de moradores de outras partes da cidade, reunindo, no máximo, cinco mil pessoas em Copacabana. — O impacto da suspensão seria de R$ 800 milhões (segundo pesquisa da FGV) para todo o trade (mercado) do Rio, como restaurantes, hotéis, que antes da pandemia já viviam uma situação difícil. É preciso encontrar um caminho para preservar a saúde das pessoas e fazer a festa. Um evento só com queima de fogos transmitida pela internet ficaria frio.
Medina conta que, quando imaginou essa alternativa para o réveillon, logo pensou em Roberto Carlos num palco à beira-mar, sozinho. Na sua cabeça, o rei cantaria “Eu quero apenas” (aquela que diz: “Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”) com as pessoas cantando junto das janelas e com a queima de fogos. Painéis de Led em frente aos hotéis da orla transmitiriam o show, para evitar a reunião de muita gente num mesmo espaço.
— Só entraria na praia quem mora ali ou com passe especial dado aos hotéis da zona turística. O turistas chegariam de ônibus. E haveria o show de um artista incrível sozinho na praia, na pegada do Bocelli (o tenor Andrea Bocelli fez um concerto de Páscoa sozinho na Catedral de Milão), num palco levinho em que a gente pudesse ver o mar. Seriam colocados microfones no Copacabana Palace e em outras janelas para que as pessoas formassem um coral. Seria um negócio relativamente simples e que levantaria o astral. Ficaria emocionante — explica o idealizador do Rock in Rio. — Temos que buscar um equilíbrio, celebrar a vida, senão economicamente o estado vai se acabando.
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