
“Essa corrida é pra levar algum item?”, escreve o motorista da Uber após confirmada a viagem no celular. “O item sou eu”, digito. “Ok, a caminho”, responde. Quando ele chega, me dá um capacete, coloca sua mochila no peito para dar espaço na garupa e partimos. O aplicativo norte-americano oferece transporte sobre duas rodas em mais 90 cidades do Brasil, mesmo enfrentando resistência de algumas prefeituras.
No município de São Paulo, onde o serviço ainda não está disponível, alguns motoqueiros parceiros da Uber relataram que já levaram passageiros (com ou sem produto) após o pedido ser feito pela opção de entrega “Flash Moto”. “O cara ia mandar um anticoncepcional para a namorada e pediu para ir junto. Chegamos lá, e ele fez a garota tomar a pílula na nossa frente”, relata um piloto que já realizou mais de 200 viagens com passageiros agarrando sua cintura pela Grande São Paulo.
Outro motoqueiro, que trabalha também para o iFood, fez o cliente colocar o bag térmico nas costas para realizar a viagem por São Paulo. “Foi minha primeira viagem. Não estava preparado. Ainda bem que ele tinha capacete próprio. Se não, não ia rolar”, conta.
Em tempos de combustíveis e tarifas de transporte subindo, oferecer até metade do preço e do tempo para determinado trecho parece algo atrativo, não é? Mas algumas promoções têm sempre seus poréns: quando chove, o valor do Uber Moto desce, enquanto a versão convencional, sobre quatro rodas, sobe. A cultura do conforto e a tal “tarifa dinâmica” podem chegar a triplicar a diferença de um para o outro — a diferença, em geral, é de 30%.
Os motoqueiros devem contar com capacete extra (higienizado antes cada viagem), roupa impermeável e toucas descartáveis — nas viagens feitas pela reportagem do TAB a touca não estava presente.
Com informações do UOL

