O Ministério da Saúde se prepara para ampliar a recomendação da quarta dose da vacina da Covid-19 para pessoas acima de 70 anos, enquanto estados e municípios já aplicam a segunda dose de reforço na população mais idosa e nos imunocomprometidos. Apesar disso, um dado preocupa, ainda mais no momento em que o governo federal anunciou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), instituída devido à pandemia da Covid-19: cerca de 58,2% dos brasileiros acima de 18 anos, elegíveis para receber a primeira dose de reforço, ainda não completaram o esquema de vacinação.
Dados do LocalizaSUS mostram que, de um total estimado de 170 milhões de pessoas nessa faixa etária, um contingente de 71 milhões foram inoculadas com a terceira dose – ou a segunda, no caso de quem recebeu imunizante de dose única. Ou seja: longe, ainda, da cobertura desejada.
Informações do ministério obtidas pelo Metrópoles mostram que indivíduos mais jovens apresentam taxas mais baixas de cobertura vacinal: entre as faixas etárias, a primeira com 50% ou mais de imunizados com o reforço é a de 45 a 49 anos. O grupo de 65 a 69 anos apresenta 75% de imunizados, e os idosos a partir de 70 anos beiram 80% de vacinados.
Especialistas ouvidos pela reportagem ressaltam que é consenso entre a comunidade científica que indivíduos que receberam apenas as primeiras duas doses não estão devidamente protegidos. A dose de reforço é necessária para o organismo ficar devidamente protegido.
“Sabemos que, com a vacina, sobretudo com a da Ômicron, em torno de três a quatro meses você já vai perdendo proteção contra o coronavírus, principalmente em pacientes idosos e imunossuprimidos, e mesmo na população geral”, explica o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro.
Com informações de Metrópoles