O cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn foi preso em flagrante na noite deste sábado, dia 6, após seu marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot, de 52 anos, ter sido encontrado morto na noite da última sexta-feira, dia 5, na cobertura de um apartamento na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Segundo Camila Lourenço, delegada assistente da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado, a versão do alemão, de que o marido havia tropeçado e caído, não era compatível com as marcas encontradas no corpo do belga durante a necrópsia.
— Ele está sendo preso em flagrante pela prática de homicídio. As conclusões foram baseadas na perícia. O corpo fala as circunstâncias da sua morte. Há diversas evidências que nos levam a conclusão de forma segura de que houve uma morte violenta — informou a delegada.
De acordo com policiais militares do 23º BPM (Leblon), o diplomata acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e informou ao médico que o marido havia passado mal e caído no chão. O corpo do estrangeiro apresentava lesões, como equimoses, nas pernas, no tronco e também na cabeça, bem como lesões características de pisaduras, informou a delegada.
— O que a gente sabe é que muitas das lesões que foram detectadas no corpo não são lesões recentes. São lesões de, pelo menos, dois dias, o que evidencia que a vítima já vinha sofrendo algum tipo de agressão — disse a delegada.
De acordo com a delegada, o alemão manteve a sua versão inicial no depoimento. Uwe Herbet contou que a vítima teve um surto, começou a gritar e caiu com a cabeça no chão ao tropeçar. Testemunhas ainda serão ouvidas e as investigações continuam.
Diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, o delegado Antenor Lopes informou ao GLOBO que o cônsul estava visivelmente abalado e demonstrava nervosíssimo. Por volta das 15h04, o alemão Uwe Herbert Hahn foi levado em um carro da Polícia Civil. Ele não falou com a imprensa. Após mais de três horas na 14ª DP, o cônsul saiu da delegacia acompanhado de policias e seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito.
O GLOBO