Tumor, dor, esperança e tratamento. Essas palavras também estão relacionadas ao câncer no mundo animal. Assim como os seres humanos, os pets podem ser diagnosticados com a doença e receber o tratamento cirúrgico e/ou quimioterápico.
Um estudo realizado pela Universidade de Utah em conjunto com a Universidade da Carolina do Norte constatou que, nos Estados Unidos, a cada 100 mil pessoas, 500 morrem de câncer. Já no meio animal, são 5.300 óbitos para cada 100 mil cachorros. A pesquisa também demonstrou que câncer é a principal causa de morte canina, seguida de doenças muscoesqueléticas, como artrose e reumatismo, e neurológicas.
Números similares também podem ser encontrados no Brasil: um em cada cinco cães vai desenvolver câncer, segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com a Médica Veterinária especializada em Oncologia de cães e gatos, inscrita no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Norte – CRMV-RN nº 0481 VP., Charlene Brito, a doença pode afetar as pessoas e os pets de forma bem parecida: uma célula sofre alteração em seu código genético e fica mais vulnerável a se tornar cancerosa.
Assim como os seres humanos, os animais domésticos também devem ser levados ao consultório para fazer check-ups preventivos, recomendado pelo menos uma vez ao ano para cães e gatos, sendo especialmente mais importante a partir dos cinco anos de idade. Com o passar do tempo, por causa do envelhecimento, essa frequência pode aumentar”, explica.
Ainda segundo a médica, em caso de animais que tenham algum histórico familiar da doença, eles podem necessitar de check-ups mais direcionados ainda jovens.
“A maior incidência de câncer em cães e gatos está ligada ao aumento da longevidade e ao desenvolvimento da medicina veterinária diagnóstica. Nossos animais vivem mais hoje do que há tempos atrás. Somam-se a isso fatores ambientais e de estilo de vida, além do aperfeiçoamento dos profissionais que trabalham na clínica médica de rotina, ressalta Charlene.
Como toda doença, as chances de cura aumentam quando ela é descoberta nos primeiros estágios. Por esse motivo, a indicação da médica é que os tutores levem seus pets aos consultórios pelo uma vez ao ano e fiquem atentos às mudanças de comportamento e aparecimento de nódulos.
“A principal diferença entre tratar uma pessoa com câncer e um cachorro com câncer é o fator psicológico. Eles não ficam abatidos com a gravidade do quadro quando recebem o diagnóstico e por isso não têm a resposta ao tratamento afetada pelo lado psicológico e assim não perdem a resistência. Nós tememos a doença, ele não!”, conclui.