Traficantes do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro não concluíram a compra de parte das metralhadoras calibre .50 furtadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, porque as armas estavam sem uma peça importante para colocar a munição.
O equipamento é uma fita metálica necessária para inserir a munição nas armas e é de uso controlado pelo Exército, ou seja, difícil de ser adquirido no mercado. A informação foi confirmada ao Metrópoles por fontes da inteligência da Polícia Civil do Rio.
De acordo com os investigadores, a negociação das armas foi feita em um grupo de WhatsApp do qual participam lideranças do CV. Um fornecedor postou no grupo um vídeo em que apareciam as quatro metralhadoras .50 desviadas do Arsenal de Guerra, em setembro.
Nas conversas, os traficantes da facção teriam pedido para analisar as armas pessoalmente. O armamento foi levado, inicialmente, para o Complexo da Penha, depois para a Nova Holanda, na Maré, ambas na zona norte da cidade. Depois para a Rocinha, na zona sul, e por fim para a Cidade de Deus, na zona oeste.
Segundo a polícia, o fornecedor chegou a pedir R$ 350 mil por cada metralhadora .50 (antiaérea) e R$ 180 mil pelos fuzis. Mas, sem a peça, a metralhadora teria apenas um efeito intimidador nos morros do Rio.
Após o furto das armas, revelado pelo Metrópoles, ganhar repercussão nacional, na semana passada, o Comando Vermelho passou a pressionar o fornecedor dos armamentos para que os devolvesse ao Exército. O objetivo seria evitar novas operações policiais nas comunidades cariocas.
A facção já sabia da existência de uma operação para a captura das armas e também não queria motivar uma nova intervenção federal no Rio. Assim, os fornecedores buscaram o equipamento e foram em direção à Gardênia Azul, na zona oeste carioca.
Metrópoles