Como se não bastassem centenas de shows, 29 álbuns em estúdio e 11 ao vivo, Gal Costa lança, no próximo dia 13, seu décimo DVD, gravado durante a turnê de “A pele do futuro”. Até o fim do ano, a cantora ainda se apresentará em São Paulo, Fortaleza, Natal e no Rio, mas já está às voltas com o diretor musical Marcus Preto trabalhando em seu trigésimo álbum. Especula-se que o disco será todo com músicas de Bituca, como Gal carinhosamente se refere a Milton Nascimento, mas ela não confirma. “Está muito cedo para falar disso. Vamos deixar acontecer”, desconversa.
Em uma hora de entrevista — depois de meses de espera, em função da agenda puxada — Gal fala abertamente sobre os bem vividos 73 anos, a influência de João Gilberto em sua música, o pai que nunca conheceu e a adoção do filho, Gabriel. Só volta a fazer mistério quando o assunto é sua vida afetiva. “Sobre o amor eu falo na minha música, não em entrevistas”, diz. A seguir, os melhores trechos da conversa.
“Já tentei algumas vezes falar sobre sexo com Gabriel, que está com 14 anos, mas ele não aceita. Uma vez fui falar ‘meu filho, você está ficando grande’, mas ele já sabia tudo sobre camisinha. E disse: ‘Mamãe, você está falando de sexo comigo?’, indignado. Expliquei que não era sobre sexo, mas sobre doenças sexualmente transmissíveis. Ele não gostou. Outro dia, me pediu uma bateria, mas moro em apartamento. Quando me mudar para uma casa, monto um estúdio para ele fazer barulho. Sei ser dura, mas acredito na liberdade. Quanto mais você trouxer seu filho para perto, melhor. Sempre digo ao Gabriel que, no dia em que ele se apaixonar de verdade por uma garota, em vez de ir para um motel, venha para casa e durma aqui com ela. Não sou contra pais que fumam (maconha) com os filhos. Já disse a ele: ‘Olha, meu filho, todo adolescente tem curiosidade com bebidas, cigarro, maconha. Se você algum dia quiser fazer alguma coisa, faça comigo, perto de mim’. Falar: ‘Não, você é louco, não pode (solta um vozeirão) ’, não ajuda. Liberdade aproxima.”
Com informações de O Globo