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Com Kalina, Segurança tem problemas; sem ela, os problemas prometem ter continuidade

Foto: Divulgação

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A delegada da Polícia Civil Kalina Leite deverá deixar, até o final do mês, o cargo de secretária estadual de Segurança Pública e Defesa Social. Ela já conversou neste sentido com o governador Robinson Faria e comunicou a decisão de deixar o posto. Ficou acertado que continuaria à frente da pasta até a definição de um novo nome para o posto.

É fácil culpar Kalina Leite pelos problemas na área da Segurança Pública. Difícil é se despir de qualquer outro tipo de atitude, ingerência, preconceito, ou seja lá o que for, para entender que com ela a Segurança tem problemas. E sem ela, os problemas vão continuar. Porque, simplesmente, nem ela nem ninguém é capaz de operar milagres. Principalmente neste setor.

Os números da gestão da delegada à frente da Sesed são bons. São praticamente os mesmos da época da gestão estadual anterior. Em defesa de sua atuação, há como relacionar ações efetivas. No julgamento do trabalho de um secretário de Segurança, nas circunstâncias e condições atuais, é preciso levar em conta que se paga o preço de um sistema prisional caótico.

Mais de duas centenas de bandidos já fugiram de presídios do Rio Grande do Norte. O número de recapturados é bem menor. E o resultado disso é que basta uma boa análise sobre as ocorrências de crimes de maior gravidade – homicídios, latrocínios, assaltos à mão armada – para se perceber que parcela considerável envolve fugitivos, gente que está no semi-aberto ou mesmo alguns liberados após a realização de audiências de custódia. E não há como responsabilizar o Poder Judiciário pela liberação, em muitos casos. Afinal, não há vagas e nem segurança suficiente nos presídios.

A gestão atual da área da Segurança Pública e Defesa Social tem falhas? Claro que tem. E são várias falhas.

E talvez Kalina Leite pague o preço de não aparecer à frente de algumas operações realizadas nos setor que dirige. Mas se trata da postura dela, do perfil dela. De alguém que pensa, que comanda, que planeja, que dirige, mas que não precisa, necessariamente, estar à frente em ações midiáticas para atender a uma população sedenta de ações espetaculares que façam diminuir o sentimento de insegurança que apavora muitos.

Além do déficit de 4 mil homens – temos em torno de 8 mil e precisaríamos, já, de mais de 12 mil – é preciso contabilizar que o efetivo diminui com os casos de morte, aposentadoria (ida para a reserva), licenças e baixas por expulsão. E todas essas perdas terminam não sendo repostas. Na atual gestão, foram realizadas promoções na Polícia Militar e convocados novos policiais civis. Mas a necessidade de mais gente persiste.

Matéria: Novo Jornal

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