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Colgate entra com recurso e diz que interdição de creme dental que provocou lesões foi suspensa

FOTO: REPRODUÇÃO

A Colgate se manifestou no fim da tarde desta quinta-feira (27 de março) sobre a interdição do creme dental ‘Total Clean Mint’, que provocou reações adversas em diversas pessoas. De acordo com a empresa, “a companhia entrou com recurso que resultou na suspensão automática dessa interdição”. Nesta quinta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou a linha de cremes dentais como medida cautelar. A agência ainda não confirmou a suspensão da interdição.

“Seguimos tomando todas medidas cabíveis para interagir com a Anvisa e demonstrar a segurança do produto. É importante reafirmar que o produto não oferece riscos à saúde, mas algumas pessoas podem apresentar sensibilidade a certos ingredientes – como fluoreto de estanho, corantes ou sabores”, disse a companhia por meio de nota.

Também nesta quinta-feira, o Procon-SP notificou a Colgate para esclarecer quanto às providências que a empresa está adotando em função da suspensão. A entidade pede que a empresa esclareça, dentre outros pontos: como o consumidor pode identificar os produtos interditados, quais os lotes envolvidos e quais as orientações prévias para os consumidores que tenham sido impactados ou que possuam produtos dos lotes interditados sobre como devem proceder, além de outras providências relevantes em função da determinação da Anvisa.

O Procon-SP deu à Colgate o prazo de 24 horas para enviar as respostas, inclusive com imagens e até uma unidade (vazia) das embalagens do produto “Colgate Clean Mint” para análise dos especialistas, “já que também aspectos quanto à formulação e sua respectiva divulgação e publicidade deverão ser avaliados”, diz o Procon-SP.

Entenda o caso
A mudança na fórmula de cremes dentais da Colgate gerou críticas de consumidores, que relataram reações alérgicas e inflamatórias após o uso do produto na higiene bucal. O problema foi registrado nas pastas da linha ‘Total 12’ e ‘Clean Mint’ que passaram a ser chamadas de ‘Prevenção Ativa’.

Na plataforma ReclameAqui, a empresa recebeu mais de mil queixas sobre alergias relacionadas ao uso. O processo de alteração na formulação dos cremes dentais foi realizado no final de 2024, com lançamento em novembro. À época, a Colgate afirmou que tratava-se da ‘melhor fórmula da história para prevenção de doenças bucais’. “A fórmula superior de Colgate Total, como nenhuma outra, destroi as bactérias e cria uma poderosa barreira de proteção por até 24 horas, e previne que elas voltem”, diz a empresa, em vídeo publicitário.

A principal alteração se deu na troca do fluoreto de sódio para o fluoreto de estanho – composto químico que consiste na combinação do estanho com íons de flúor, e tem propriedades antimicrobianas. De acordo com a Anvisa, os registros enviados por consumidores foram classificados como “eventos adversos relacionados ao uso de cremes dentais da marca Colgate que, recentemente, passaram por mudanças em sua formulação”.

Os principais sintomas relatados incluem inchaço nas amígdalas, lábios e na mucosa oral, acompanhados de sensação de queimação, ardência e sensibilidade nas gengivas, presença de aftas e vermelhidão nos lábios.

A Anvisa interditou a linha de cremes dentais da Colgate ‘Clean Mint’ nesta quinta-feira (27), em medida cautelar. De acordo com a Anvisa, que estava monitorando a situação, a interdição foi implementada a partir do “número significativo de relatos de eventos adversos associados ao uso do produto” até que seja comprovado se os cremes dentais são nocivos, ou não, à saúde. O órgão, a depender da avaliação, pode determinar a suspensão da fabricação e venda do produto.

O Tempo

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