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Cloroquina matou 17 mil pessoas na 1ª onda da covid, diz estudo

FOTO: FREDERICO BRASIL

Um estudo conduzido pelas Universidades de Lyon, na França, e Quebec, no Canadá, apontou que o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 teria resultado na morte de quase 17 mil pessoas nos países ricos durante a primeira onda da pandemia em 2020. Os dados, que serão publicados na edição de fevereiro da revista científica Biomedicine & Pharmacotherapy, destacam o aumento do risco de morte, principalmente devido a distúrbios do ritmo cardíaco.

O estudo analisou informações de hospitalização em seis países, onde pacientes foram expostos à cloroquina. O resultado revelou um aumento significativo no risco de morte, especialmente relacionado a problemas cardíacos.

No Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro promoveu o uso da cloroquina e chegou a anunciá-la como parte de seu tratamento. A pesquisa agora revela que o remédio teria impactado negativamente na saúde de milhares de pessoas em diversos países.

Os especialistas alertam que os números apresentados no estudo são apenas o início de uma investigação mais abrangente sobre o impacto real da cloroquina no tratamento da covid-19. A distribuição do medicamento em vários países nos primeiros meses da pandemia, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos, onde foi defendido por grupos de extrema direita, levanta a necessidade de uma análise mais aprofundada.

O estudo destaca que a prescrição off-label da cloroquina pode ser apropriada quando apoiada por evidências sólidas de benefício. No entanto, a pesquisa inicial indicou eficácia limitada ou nula na redução da mortalidade relacionada à covid-19.

Os pesquisadores apontam para a toxicidade da cloroquina, especialmente os efeitos colaterais cardíacos, como uma das principais causas do aumento do risco de morte. Além disso, ressaltam que as mortes relacionadas à cloroquina não estão limitadas a causas cardíacas, indicando a necessidade de investigação mais detalhada.

O estudo faz referência a uma pesquisa realizada no Brasil, que observou um aumento nos efeitos colaterais hepáticos e cardíacos, principalmente relacionados a doenças cardíacas.

É importante destacar que o estudo foi financiado pela Coalizão Covid-19 Brasil e EMS Pharma, liderado por pesquisadores como Alexandre Cavalcanti, Fernando G. Zampieri, Regis G. Rosa, Luciano C.P. Azevedo, entre outros.

Com informações do Uol

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