O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), presidenciável em 2018, voltou a disparar sua “metralhadora giratória”. Antes de participar da convenção estadual do PDT, em Santa Catarina, neste sábado (19) em Florianópolis, ele, vice-presidente nacional do partido, concedeu entrevista ao NSC Total. Ciro falou sobre Jair Bolsonaro, Sérgio Moro e voltou a atacar o ex-presidente Lula e o PT.
O pedetista comentou a declaração de Lula, em referência ao filme “Central do Brasil”: “Vi a Fernanda Montenegro tentando ajudar aquele menino nervoso, rebelde. Lembrei do Ciro. Gostaria que o Ciro permitisse que eu fosse a Fernanda Montenegro dele”, afirmou o ex-presidente.
A resposta foi em forma de ataque: “O Lula não está nada bem. É claro que se deve ter bom humor, mas o Lula não está nada bem. O personagem da Fernanda Montenegro, para quem viu o filme Central do Brasil, é de uma pessoa muito desonesta, que recebe dinheiro de pessoas pobres e analfabetas para escrever cartas por elas. Joga as cartas fora e guarda o dinheiro. A criança, ela começa a negociar para vender os órgãos. É um ato falho (de Lula) que não quero comentar, porque não é feliz a metáfora”, disse.
“Embora dali você tire que o Lula, depois de todo esse sofrimento, parece não ter aprendido nada. Ele se vê como o Pelé e vê as outras pessoas, mesmo as que conhece há mais de 30 anos, como crianças a serem protegidas”, acrescentou.
“Uma coisa que não guarda a menor coerência com a política. E revela muito o estado de coisas do Brasil, que é esse culto à personalidade, que ele estimula, e que está travando o debate nacional”, atacou.
Ciro atacou novamente o PT: “O Brasil precisa de um projeto muito mais amplo do que aquilo que se convenciona chamar esquerda. E se tivermos em conta que o adjetivo ‘esquerda’ também foi corrompido pelas práticas da burocracia do PT, você está estigmatizando o adjetivo e deixando a população vulnerável a essas mistificações de direita. O que nós precisamos, no Brasil, é proteger (o povo) dessas manipulações que nada mais são do que propaganda, porque ninguém é de esquerda porque se diz. A economia política que o PT praticou é ultraconservadora”.
Bolsonaro
O ex-ministro acredita na renúncia de Jair Bolsonaro e justificou o que chama de mero palpite: “Duas coisas, a história do Brasil e a psicologia do Bolsonaro, que eu conheço relativamente de perto. Só três presidentes na história moderna terminaram o mandato. Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique e Lula. Fernando Henrique nunca mais conseguiu ganhar uma eleição, (assim como) o PSDB nacional, e o Lula está na cadeia. A história do Brasil é muito cruel, a probabilidade de não se terminar o mandato é a regra. A segunda razão, que casa com essa de forma muito ameaçadora, é que o Bolsonaro não tem nenhum treinamento na contradição”, argumentou.
“Bolsonaro é uma alma autoritária. Viveu a vida inteira de carguinho, de mamatinha, de família. Era um solitário, nunca trabalhou em equipe, nunca administrou uma pequena mercearia para compreender as tensões”, analisou Ciro.
O pedetista emendou “Bolsonaro é ligado ao Sérgio Cabral, a Eduardo Cunha, ao Pezão, ao Picciani, e todos estão presos. Bolsonaro tinha cinco ou seis funcionários que não existiam, que assinavam recibo para ele botar o dinheiro no bolso. Ensinou essa roubalheira para os filhinhos dele, todos. É tudo picareta. E de repente se apresenta de nova política?”.