Há cinco anos, um grupo de cientistas da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciou pesquisas com fibra de caju com o objetivo de atestar sua benfeitoria na alimentação humana. No entanto, quando se trata de produtos nutracêuticos – nutrientes que têm capacidade comprovada de proporcionar benefícios à saúde, como a prevenção e o tratamento de doenças – é preciso que haja uma etapa anterior com testes com animais antes que os produtos sejam ministrados a humanos.
Neste ano, os especialistas obtiveram os primeiros resultados desta etapa. Eles identificaram que as fibras do bagaço de caju, tratadas em laboratório para retirada de açúcares e outros compostos de baixo peso molecular, foram capazes de inibir a obesidade em ratos submetidos a dieta hipercalórica. Os animais receberam uma dieta rica em gorduras durante 15 semanas. Uma parte dos animais consumiu também a fibra processada em laboratório.
A fibra controlou o peso, a gordura abdominal, o apetite e preveniu o aumento da glicemia, das taxas de insulina no sangue e da gordura no sangue (triglicerídeos). Preveniu também o processo inflamatório e reduziu a lesão hepática causada pela dieta hipercalórica.
Diário do Nordeste