Horas após oficializar a saída da Globo após 32 anos na emissora, Chico Pinheiro afirmou que não vai se envolver com candidaturas, mas pretende usar “a arma da caneta” para lutar “pela civilização e contra a barbárie”.
“Se precisar me envolver com alguma bandeira para lutar, com a arma da caneta, pela civilização e contra a barbárie, estou aqui. Porque eu não estou a serviço de candidatos, mas da democracia. Na minha opinião, o golpe está sendo dado, mas não é mais com tanques nas ruas, e sim com a desmoralização das instituições”, disse o jornalista em entrevista à Cristina Padiglione, colunista da Folha.
Na noite desta sexta-feira (30), Chico Pinheiro participou de um jantar na casa de Caetano Veloso onde estava presente o líder do Movimento Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, e a cantora Daniela Mercury, uma das principais articuladoras da candidatura Lula (PT) no meio artístico.
Na entrevista, Pinheiro comentou sobre o áudio vazado em 2018, em que se mostra indignado com a prisão de Lula. O caso fez com que o diretor-geral de jornalismo, Ali Kamel, divulgasse um comunicado advertindo jornalistas da Globo a não se pronunciarem politicamente.
“Às vezes eu causava sustos, digamos. Cheguei a chamar de golpe, no Bom Dia Brasil, a comissão formada para o processo de impeachment da Dilma, que era liderada pelo Eduardo Cunha, deputado cassado pouco depois do impeachment. Eu disse textualmente: ‘Não vejo nenhuma autoridade moral nessa comissão de Eduardo Cunha porque todos os envolvidos estão com suspeitas de corrupção. Como eles querem ter autoridade para cassar uma presidenta democraticamente eleita? Isso é golpe. Ninguém aí tem autoridade moral pra isso'”.
Ao final, o jornalista sinalizou mais uma vez que entrará na campanha eleitoral deste ano. “É uma defesa em nome das instituições, não de fulano ou beltrano. É a defesa da civilização contra a barbárie”.
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