Um relatório interno do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, revela uma crescente nos números de casos de sífilis em gestantes e em recém-nascidos desde 2008, quando o número de grávidas infectadas não chegou a 10 mil. No ano de 2013, houve 21.382 ocorrências (7,4 casos para cada mil nascidos vivos), e em 2014 os dados dão conta de 28.226 diagnósticos, ou aproximadamente 9,7 para cada mil nascidos vivos.
O documento ainda traz uma outra preocupação com a doença em relação aos recém-nascidos. Neles, foram pouco mais de cinco mil registros em bebês com menos de 1 ano de idade, em 2008. Já em 2013, foram 13.704 mil casos (4,7 para cada mil nascidos vivos), e, no ano seguinte, houve 16.266 ocorrências (5,6 para cada mil nascidos vivos). É um crescimento de mais de três vezes em seis anos.
O levantamento ainda revela uma previsão de mais de 22 mil novos casos de sífilis congênita em 2016.
Uma doença silenciosa , que não apresentar sintomas em seus estágios iniciais, a sífilis pode levar a problemas cardíacos, meningite e até à loucura. Se contraída por mulheres grávidas, a bactéria Treponema pallidum, responsável pela sífilis, pode causar nos bebês malformações (como a microcefalia), cegueira e deficiência mental e os casos mais graves levam à morte.
De acordo com o documento, assinado pelo diretor do departamento, Fábio Mesquita, a recomendação é de uma “aquisição urgente” de penicilina cristalina. Usado para tratar bebês que foram infectados no útero materno, porém esse medicamento está em falta no Brasil.