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Casos de estupro no RN caem quase 30%; Pandemia pode ter causado redução

FOTO: ILUSTRAÇÃO

Os casos de estupro caíram no Rio Grande do Norte. Segundo a Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análise Criminal (Coine) da Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), de janeiro a julho deste ano foram contabilizados 88 casos de violência sexual contra mulheres. No ano passado, no mesmo período, foram 124. Em todo o ano de 2019, foram 222 registros.

A redução, no entanto, pode não ter qualquer relação com a conscientização masculina. Não é que os homens estão mudando de comportamento, que a alma tenha evoluído ou que as mulheres, enfim, estejam conquistando o  tão merecido respeito. Nada disso. A resposta, aparentemente, está na pandemia do novo coronavírus.

“Primeiro, é importante observar que estes dados da COINE são dados do estado todo. Então, fica difícil a gente, que se limita a fazer investigação de crimes sexuais da cidade de Natal, dar este diagnóstico do estado todo. Mas, acredito que uma hipótese da diminuição, já que não há estudo científico sobre isso, mas uma hipótese que a gente pode verificar é a questão da pandemia, porque as pessoas se isolaram mais, e a criminalidade diminui”, analisou a delegada Helena de Paula, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Zona Sul da capital potiguar.

Ainda de acordo com a delegada, apesar dessa aparente queda nos casos de estupro no estado, a situação ainda é preocupante. “O estupro não acontece apenas na rua, acontece inclusive dentro dos lares, em locais que as vítimas se deparam apenas com parentes e pessoas que coabitam com elas. Existe ainda esta preocupação nossa porque existe uma cultura do estupro muito forte, e é possível que muitas mulheres estejam nos seus lares sofrendo estes crimes sexuais e que, justamente por determinação de não saírem de casa, elas tenha essa limitação de não conseguirem procurar uma delegacia para denunciar”, ressaltou. “O estupro é uma cultura que ainda tá muito enraizada na sociedade”, acrescentou.

Natal é a cidade mais perigosa para as mulheres

O Agora RN teve acesso aos dados da Secretaria de Segurança por meio da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análise Criminal. Além dos números absolutos de casos registrados, a Coine também revelou as regiões onde mais acontecem os crimes sexuais. Natal é a cidade mais perigosa para as mulheres. A capital potiguar contabilizou 48 casos nos primeiros sete meses de 2019. Este ano foram 28 crimes sexuais de  janeiro a julho – redução de 41,7%.

Em segundo lugar aparece Parnamirim, na Grande Natal, com 8 casos denunciados de janeiro a julho de 2019. Este ano, no mesmo período, pelo menos 10 casos já foram registrados em Parnamirim, o que significa um aumento de 25%.

Em terceiro está Mossoró, na região Oeste do estado. Lá, foram 6 casos de estupro registrados de janeiro a julho de 2019, contra 8 casos já registrados no mesmo período deste ano – aumento de 33,3%.

Números

Casos registrados pela Sesed

  • Estupros registrados de janeiro a julho de 2019 no RN: 124
  • Estupros registrados de janeiro a julho de 2020 no RN: 88
  • Redução: 29%
  • Cidades com mais casos de estupro registrados
  • Natal: 48 (jan a jul/2019) e 28 (jan a jul/2020) – redução de 41,7%
  • Parnamirim: 8 (jan a jul/2019) e 10 (jan a jul/2020) – aumento de 25%
  • Mossoró: 6 (jan a jul/2019) e 8 (jan a jul/2020) – aumento de 33,3%

Agora RN

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