A Polícia Civil do Paraná prendeu quatro pessoas suspeitas de participação na morte do empresário potiguar Kauet Henrique Nascimento, de 20 anos. Ele foi encontrado morto dentro de uma casa na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, no dia 7 de agosto.
Nesta sexta-feira (24), uma operação prendeu quatro suspeitos, sendo três homens no Pará e uma mulher em São Paulo. Ao todo, foram cumpridas 20 ordens judiciais, sendo os quatro mandados de prisão, incluindo os mandados de prisão e de busca e apreensão. A ação também foi realizada em Aparecida de Goiânia, em Goiás.
No decorrer das investigações, a Polícia Civil identificou oito participantes, sendo os três homens presos envolvidos diretamente no assassinato. “O caso está solucionado. Todos os envolvidos foram identificados, em dois núcleos. O núcleo executor, que são os três indivíduos presos, que são David Rodrigues, Gabriel Augusto e Franciel Arnaud, presos em Belém”, explicou o delegado.
O delegado falou ainda sobre duas mulheres que, poucos dias após o crime, tinham sido apontadas como participantes do crime. Segundo Rodrigo Souza, apenas uma teve envolvimento. À TV Tropical, no dia 09 de agosto deste ano, ela negou participação. “A gente tem que tomar cuidado com alguns pré-julgamentos. Divulgaram fotos de duas mulheres de Natal. Uma delas, efetivamente foi presa hoje, a Andreza. Só que a outra não teve nada a ver”, detalhou.
Nesta sexta-feira, o delegado relembrou que à época havia dito que, naquele momento, não havia indícios de participação delas. No entanto, no decorrer do caso, houve a constatação de relação de apenas uma. “No momento, eu não tinha nada contra, mas eu disse: ‘Se aparecer algo, vai haver responsabilização’. Há elementos concretos que a colocam diante do grupo criminoso”, frisou.
Além do grupo que executou, a Polícia Civil identificou o núcleo bancário. Essa parte da quadrilha ficou responsável pela circulação do dinheiro extorquido de Kauet. “Em Goiânia, nós revisamos buscas na casa do núcleo bancário, que foi foi responsável por pagar a casa, receber o dinheiro e distribuir para os integrantes”, acrescentou.
Rodrigo Souza apontou a complexidade do caso. “A dificuldade foi decorrente do primeiro ponto. A vítima era de uma cidade, os autores de outras diferentes. A única vinculação com a Polícia Civil do Paraná foi o local do crime”, analisou o delegado.
O grupo vai responder por extorsão qualificada pelo resultado morte, configurada tendo em vista que Kauet foi coagido a realizar transferências bancárias e foi morto. Ele estava com mala e outros objetos pessoais, então vão responder por roubo majorado. E vão responder também por associação criminosa, que é a associação de três ou mais pessoas para a prática de crimes.
“O Kauet pode ter sido a primeira vítima fatal, mas eles estavam acostumados fazer esse tipo de extorsão. Inclusive, aqui em Belém, quando prendemos, tinha uma pessoa de Manaus que seria uma próxima vítima”, revelou o investigador.
O delegado aproveitou a entrevista para se desculpar com a família, principalmente com o pai, do jovem potiguar. Segundo ele, foi preciso mentir em determinadas situações para garantir o sigilo das investigações.
“Eu peço desculpas por ter omitido e até, algumas vezes, ter mentido para ele quando ele me perguntava se eu tinha alguma novidade. Eu tinha, mas eu não podia falar. Ele foi a primeira pessoa que eu liguei para informar da prisão, às 5h40. Peço desculpas e fico feliz de dar esse retorno”, declarou.
Rodrigo Souza destacou ainda o apoio dado pelos familiares durante a investigação. “Eu peço para a população confiar na polícia. Esse trabalho de solução do caso foi decorrente da confiança que a família teve na polícia”, encerrou.
O crime
Kauet foi encontrado morto no dia 7 de agosto, em uma casa alugada por aplicativo na cidade de Foz do Iguaçu. Ele tinha ido à fronteira do Brasil com o Paraguai para comprar celulares para revenda. Segundo a Polícia Civil, ele foi vítima de extorsão, que resultou no roubo de R$ 86 mil. Imagens divulgadas pela própria polícia mostram os últimos momentos de Kauet com vida.
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