Os maiores frigoríficos brasileiros decidiram suspender o fornecimento de carne ao Carrefour. A medida ocorre após o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, ter divulgado um comunicado nas suas redes sociais, na última quarta-feira (20), no qual afirmou que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.
Assinada por Bompard, a carta é endereçada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA). O CEO afirmou que a decisão foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Os atos, organizados pela FNSEA e pelos Jovens Agricultores (JA), começaram no último dia 18, com bloqueios de rodovias e fogo em objetos. Os grupos querem que o presidente francês, Emmanuel Macron, anuncie que vai utilizar o veto da França se o projeto for aprovado. Na última semana, o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, disse que o país não deve aceitar o acordo se o texto continuar como atualmente proposto.
No Brasil, fontes apontaram que a JBS (com a marca Friboi), Marfrig e Masterboi já iniciaram o corte de fornecimento ao grupo francês, entre a última quinta-feira (21) e sexta-feira (22). As empresas, no entanto, não comentaram o assunto.
Diversas associações, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmaram, por meio de uma nota conjunta, que se o executivo entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês, também “não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país”.
As informações são do jornal O Globo.