O Makro anunciou neste domingo, 16, a venda de 30 de suas lojas para o Carrefour, por R$ 1,953 bilhão. A companhia, de propriedade do grupo holandês SHV, não vai, no entanto, sair do País. O objetivo, segundo Roger Laughlin, presidente do Makro, é focar as operações da marca em São Paulo, mantendo 24 pontos de venda no Estado. A rede francesa vai transformar essas unidades em lojas Atacadão, conforme adiantou o Estadão no último dia 6.
Com a venda das 30 unidades para o Carrefour – todas fora de São Paulo –, o total de unidades do Makro cai para 38. Laughlin afirmou ao Estadão que a companhia ainda negocia a venda de mais 14 unidades para outras redes de varejo. Com o dinheiro do negócio, o Makro pretende modernizar as lojas de São Paulo, especialmente no que diz respeito à oferta de perecíveis.
“É um novo negócio, praticamente um modelo de atacarejo”, disse o executivo. “Temos massa crítica em São Paulo, e um bom market share (participação de mercado) relativo. Por isso vamos focar as nossas operações aqui.” O fechamento do negócio depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), destaca o Makro, em comunicado.
Makro vai focar operações da marca em São Paulo, mantendo 24 pontos de venda no Estado.
Junto com a transformação das 24 lojas que continuarão com a marca Makro, a SHV pretende também acelerar a estratégia de atendimento personalizado ao mercado de alimentação fora do lar, o chamado food service. Além disso, a companhia diz que poderá abrir lojas menores, de cerca de um quarto do tamanho atual, cuja média é de 8 mil metros quadrados.
Das 30 unidades vendidas ao Carrefour, 22 eram de propriedade do Makro, enquanto 8 eram alugadas. Segundo Laughlin, houve negociação com a rede francesa para que ao menos parte dos funcionários seja aproveitada na mudança para a bandeira Atacadão.
Além de estar presente no Brasil, o grupo SHV tem operações com a bandeira Makro na Argentina, no Peru, na Colômbia e na Venezuela. Nesses países, de acordo com o presidente do Makro, a participação de mercado da marca é mais relevante do que no Brasil. Apesar de ainda estar presente na região, a SHV se desfez da operação na Europa há mais de 20 anos. Hoje, a marca é administrada pela rede alemã Metro no continente.
Com faturamento de cerca de R$ 7 bilhões, o Makro vinha organizando sua operação há alguns anos para uma venda total ou parcial. A companhia fechou lojas nos últimos anos e também modificou sua operação, antes voltada apenas a atacadistas, para aceitar cartões de crédito e débito, atendendo ao público geral.
Estadão