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EXCLUSIVO: CAERN tenta explicar “colapso” em Estação de Tratamento de Esgoto que soterrou manguezais, mas ambientalistas desqualificam explicações

MANGUEZAL SOFRE COM SISTEMA DA CAERN QUE ENTROU EM COLAPSO

(DA REDAÇÃO DO BLOG DO FM) – Depois que o BLOG DO FM denunciou, em primeira mão, na manhã desta terça-feira, 12, que a Estação de Tratamento de Esgoto Jaguaribe, ainda em obra, e que atenderá a zona norte de Natal, teve seu projeto de drenagem subdimensionado e não suportou as  chuvas fortes, entrando em colapso, a CAERN resolveu se pronunciar sobre o acontecimento e tentar esclarecer o que gerou a caótica situação na obra que a governadora Fátima Bezerra (PT) pretende inaugurar. No entanto, as explicações da CAERN, produzidas de forma simplória e que não se ateve a questão do prejuízo para os manguezais, foram desqualificadas por ambientalistas ponto-a-ponto. Segundo o coordenador do Movimento Ambientalista Mangue Vivo, Milton França, “o excesso de barro sobre o manguezal e o estuário vai agir como o vírus da Covid19, vai matar asfixiado os mangues que respiram pelas raízes”.

Vale salientar que até o momento nem o IDEMA, nem o Gabinete da Governadora se pronunciaram sobre o assunto, que parece ter características de desastre ambiental. O BLOG DO FM publica abaixo a nota original enviada pela CAERN, em sua íntegra.

A Caern esclarece que a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Jaguaribe está em obras. No local possui uma tubulação de drenagem provisória. O volume de terra que aparece na imagem é um volume natural da movimentação da obra. 
Na semana passada um pequeno trecho do muro caiu com as fortes chuvas, mas já foi refeito. Também há outra parte do muro que ainda será refeita, sendo este junto de uma rua projetada pela Prefeitura. A Caern realizou contenções evitando o carreamento de material. Também está sendo feita a limpeza do excesso desse barro.

No entanto, após tomar conhecimento do posicionamento externado pela CAERN, o Movimento Ambientalista Mangue Vivo enviou para o BLOG DO FM uma análise, na qual, inclusive, adianta que a organização vai querer ver se a licença ambiental está atualizada, além de um novo e mais robusto, eficiente e ecológico sistema de drenagem da ETE e a aplicação das medidas de mitigação e compensação.

Seguem abaixo as considerações do Movimento Ambientalista Mangue Vivo desqualificando as “explicações da CAERN:

FOTOS FORNECIDA PELO MOVIMENTO VIVA O MANGUE
PARA AMBIENTALISTAS, OS ENORMES DANOS AMBIENTAIS JÁ OCORRERAM

“O Movimento Ambientalista Mangue Vivo esclarece e contrapõe pontos levantados na Nota da CAERN divulgada na imprensa hoje.

A tubulação provisória: A tubulação provisória de grosso calibre foi instalada inicialmente em 2020, nesse mesmo período chuvoso e é onde se lança maior quantidade de água contaminada por barro no manguezal e estuário. Com a denúncia sobre a existência dela e seus danos, a CAERN fingiu que desinstalou o sistema clandestino de macrodrenagem da ETE e, na verdade, fez colocar parte do sistema subterrâneo. O que era provisório tente a ser permanente e continuamente destruidor.

Contenções anticarreamento: As contenções são tardias e insuficientes. Os enormes danos ambientais já ocorreram. O excesso de barro sobre o manguezal e o estuário vai agir como o vírus da Covid19, vai matar asfixiado os mangues que respiram pelas raízes.

Limpeza do excesso do barro: A limpeza do barro está sendo desastrosa. Tiram muitas carradas de barro e lançam no lado alto e oposto, vizinho a ETE. Com a chuva, esse material está descendo e aterrando áreas de APPs, inclusive, manguezal. Parte do terreno aterrado é de uma construtora. A CAERN PODE ESTÁ, CONSCIENTEMENTE OU NÃO, NIVELANDO O TERRENO DA CONSTRUTORA.

Muro refeito: De fato um pequeno trecho de muro foi refeito. Era um ponto de carregamento de barro e outros materiais, de menor poder lesivo.

Os grandes pontos danosos: a grande tubulação e o aterro continuam lá, prontos para novo aterramento.

Queremos ver: a licença ambiental, inclusive, se está atualizada; um novo e mais robusto, eficiente e ecológico sistema de drenagem da ETE, com seu emissário paralelo ao de efluentes tratados; aplicação das medidas de mitigação e compensação, tantos as previstas em lei, quando as acarretadas pelos danos causados ao manguezal, ao estuário e aos que sobrevivem da pesca e coleta de mariscos.

As ponderações de ordem técnica da OnG ambientalista são assinadas pelo coordenador do Movimento Mangue Vivo, Milton França, que também é Conselheiro Titular no COMSAB e CONCIDADE 

FOTO: DIVULGAÇÃO

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