O Presidente do Tribunal de Justiça do RN, Desembargador Cláudio Santos, em entrevista para a Rádio Cidade, expressou seu posicionamento critico ao atual sistema de trabalho da Polícia Militar. O Desembargador afirmou que os policiais militares trabalham apenas 12 horas e folgam outras 72, e ainda na visão de Cláudio Santos o Policial tem que trabalhar 8 horas por dia, cinco dias por semana, em turnos, além de criticar alguns benefícios como receber dinheiro para fardamento e ainda sugeriu a revisão do sistema de aposentadoria da corporação.
A categoria recebeu as declarações do Desembargador de forma negativa, os policiais manifestaram em suas redes sociais indignação com o posicionamento de Cláudio Santos.
Para o Cabo Jeoás o Desembargador mostrou desconhecimento sobre o atual sistema de trabalho dos policiais militares. Tendo em vista que a escala citada pelo Presidente do TJ é inexistente, a escala atual dos militares é 12 horas de trabalho por 48 de folga, o que equivale no mínimo á 144 horas mensais, fora o horário destinado a comparecimento nas audiências de julgamento das prisões efetuadas, formaturas e treinamento físico militar.
“Além de ser um trabalho estressante, com grande carga psicológica, ainda trabalham a noite e madrugada, sem adicional noturno e de periculosidade, sem auxilio transporte, sem auxilio fardamento como disse o Desembargador, e apenas um vale alimentação, apenas um vale para 12 horas de serviço e ainda sim só para os que estão no trabalho ostensivo. Uma situação que difere muito dos benefícios do judiciário, como exemplo o auxílio-moradia no valor de R$ 4.377, 73 mensais, só esse beneficio já é de valor superior aos salários dos Soldados, Cabo e Sargentos, acredito que nessas coisas é onde deve haver modificações” ressaltou o Policial Militar e ex- vereador.
Ainda de acordo com o Cabo Jeoás, o fardamento da PM é recebido pelos policiais esporadicamente e de forma insuficiente, tem policiais que não recebem fardamento novo há mais de 3 anos. Sobre a aposentadoria, os policiais se aposentam após 30 anos de serviços prestados.
Em Nota, a Associação dos oficiais militares estaduais, afirmou sobre o fato de teoricamente os militares se aposentarem jovens, que a profissão militar é eminentemente jovem, pois não se conceberia um idoso com 60 anos fazendo segurança pública, e chamou a atenção para as exaustivas horas trabalhadas pelos policiais ao longo da carreira, muito superior a qualquer outro trabalhador Brasileiro, além disso, pesquisas recentes comprovam que a expectativa de vida de um policial militar é 6,8 anos menor que a do cidadão comum, e ainda são suscetíveis a adquirir moléstias graves em decorrência da própria atividade profissional, sendo ainda os únicos profissionais do Estado que juram oferecer as suas próprias vidas em defesa da sociedade.
Portal BO