Lucas Galhano foi para os Estados Unidos há 10 anos e agora pode dizer que tem uma vida “bem confortável”. O paulistano de 28 anos ganha de 12 a 15 mil dólares por mês como faxineiro de milionários em Miami.
“Eu ganho hoje mais do que americano que fez faculdade, NBA, fez Cambridge, Harvard. A gente ganha bem, mas é um trabalho que ninguém que fazer, porque não é fácil”, disse Lucas ao Metrópoles.
Ele compartilha na internet a rotina de limpar de quatro a cinco casas por dia. No TikTok e no YouTube, ele mostra perrengues e dá dicas para outros brasileiros que querem ganhar a vida como ele.
Celebridades
Já no Instagram, ele mostra mais a vida social que permite conhecer celebridades. Aliás, na rotina de faxineiro, o paulistano também atende famosos, como jogadores de basquete e cantores.
Mas isso ele não pode compartilhar detalhes, pois para trabalhar com milionários, ele assina contratos de privacidade. “Eu não posso falar com paparazzo do lado de fora da casa. Tem um monte de regrinha para trabalhar com esse povo”, diz.
Porém, nada impede o brasileiro de falar sobre os clientes com quem não tem mais contrato. Nessa categoria, ele menciona a cantora Toni Braxton, o rapper Birdman e o empresário do ramo da música Biggs.
De Orlando para Miami
Apesar de já estar nos Estados Unidos há uma década, Galhano começou na profissão de faxineiro há três anos quando se mudou para Miami.
Antes, ele morava em Orlando, onde chegou a ter salário de 7 mil dólares. O paulistano foi vendedor de tênis, de perfume, de capinha de celular, gerente de loja de cosméticos e estoquista na Victoria’s Secret.
Preconceito
Quando chegou em Miami, Galhano ganhava apenas dois mil dólares e aceitou fazer “bico” com faxina enquanto procurava outro trabalho.
“Nunca quis trabalhar com limpeza, nunca lavei um copo. Não estou falando isso para me dizer que vim de família rica, mas eu morava com a minha vó, com a minha mãe, nunca me deixaram fazer nada”, disse.
Além de não ter nenhuma prática com serviços domésticos, Lucas contou que também tinha preconceito com a função.
“Eu nunca olhei como se fosse uma profissão que me permitia ganhar muito dinheiro, porque no Brasil a gente julga. É um subemprego, trabalho de pobre, para quem não estudou. Aqui, as faxineiras ganham muito dinheiro”, afirmou.
Diferença cultural
Outra diferença cultural que o paulistano destaca é que nos Estados Unidos cada tipo de serviço de limpeza ou organização tem um valor à parte. Ele acredita que para se dar bem é preciso se adaptar a esse modelo de trabalho.
“Americano cobra tudo. Hispânicos e brasileiros querem incluir tudo de graça no preço para agradar o cliente. Eu não quero agradar o cliente, eu quero agradar minha coluna que dói de tanto limpar casa. Eu chego em casa podre”, disse.
Metrópoles