Depois de ter anunciado um “parecer visando desobrigar” o uso de máscara por pessoas imunizadas contra a Covid-19 ou que já haviam sido infectadas pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta sexta-feira (11/6), que cabe aos governadores e prefeitos decidir sobre o assunto.
“Ontem, pedi pro ministro de Saúde fazer um estudo sobre máscara, né? Porque quem já foi infectado e quem tomou a vacina não precisa usar máscara. Quem vai decidir é ele, vai dar um parecer, né?”, disse Bolsonaro a jornalistas, na saída do Palácio da Alvorada, antes de embarcar para uma agenda no Espírito Santo.
Logo depois, o chefe do Executivo federal fez a observação de que não seria dele a palavra final. “Se bem que quem decide, na ponta da linha, é o governador e o prefeito. Eu não apito nada, né? É ou não é? Segundo o Supremo, quem manda são eles. Mas nada como você estar em paz com a sua consciência”, opinou o presidente.
Em discurso durante cerimônia para o anúncio de medidas voltadas ao turismo, na quinta-feira (10/6), Bolsonaro disse que havia solicitado que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, emita um parecer para desobrigar o uso de máscaras por pessoas que já tiveram Covid-19 e por vacinados. O mandatário contraiu a Covid-19 em meados do ano passado.
Após a declaração do presidente, políticos e especialistas criticaram a intenção de abolir o uso do equipamento de proteção facial. No Brasil, apenas cerca de 11% da população completou o ciclo de imunização contra a Covid-19, isto é, já tomou as duas doses da vacina.
Além disso, a alta taxa de transmissão do vírus, com média móvel de novos casos da doença acima de 50 mil por dia, não permite que a população deixe de usar as máscaras neste momento.
Metrópoles