
O presidente Jair Bolsonaro disparou do próprio celular, pelo WhatsApp, um vídeo com uma convocação para as manifestações de 15 de março, organizadas por movimentos de extrema direita para defender o governo e protestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação, em tom dramático, mostra a facada que Bolsonaro recebeu em Juiz de Fora (MG) para dizer que ele “quase morreu” para defender país e, agora, precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo.
No texto que envia juntamente com o vídeo, o presidente escreveu:
“- 15 de março.
– Gen Heleno / Cap Bolsonaro
– O Brasil é nosso,
– Não dos políticos de sempre”.
DIA 15/03 TODOS NAS RUAS APOIANDO UM NOVO BRASIL ??? COM O PRESIDENTE BOLSONARO. VAMOS QUE VAMOS BRASIL. APOIO TOTAL AO PRESIDENTE BOLSONARO @jairbolsonaro . Vivaa Nossa Nação. #Dia15EuVou #Dia15PeloBrasil #Dia15BrasilNasRuas pic.twitter.com/vKHLMRDfYP
— Romain Pereira (@pereira_romain) February 26, 2020
REUNIÃO DE EMERGÊNCIA
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon, do PSB do Rio de Janeiro, tenta convocar ainda para esta semana um um reunião com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, e dez outros líderes partidários para discutir o teor das mensagens enviadas por Jair Bolsonaro incitando seguidores contra o Congresso.
Segundo reportagem da colunista Vera Magalhães, Bolsonaro compartilhou de seu celular um vídeo convocando para a manifestação do dia 15 de março.
A ser verdade, como parece, que o próprio Pr tuitou convocando uma manifestação contra o Congresso ( a democracia) estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas. Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto de tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo.
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) February 25, 2020
Molon propôs a dez líderes partidários que se reúnam para discutir ações diante da participação de Bolsonaro e de integrantes de seu governo nas convocações das manifestações contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal no próximo dia 15 de março.
“Temos que parar Bolsonaro! Basta! As forças democráticas deste país têm que se unir agora. Já! É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve. Ao não encontrar soluções para o país, ao se sentir sozinho, isolado e frágil, Bolsonaro apela ao que todos temíamos: a um ato autoritário contra a própria democracia. Não dá mais. Esses absurdos, exageros e atropelos têm que parar agora”, afirmou.
Correio Braziliense

