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Beijo lésbico: PM processa 7 pessoas após ataques homofóbicos

FORAM QUASE TRÊS SEMANAS SEM CONSEGUIR DORMIR ALÉM DE AFASTAMENTO DE UM MÊS ACOMPANHADO POR PSIQUIATRA PARA TENTAR SUPERAR O TRAUMA. FOTO: REPRODUÇÃO

Mais de dois anos após ser alvo de ataques homofóbicos por posar em uma foto beijando a então namorada na companhia de um casal gay, a policial militar Cely Danielle Farias decidiu procurar a Justiça e pedir reparação pelos danos morais sofridos. Foram quase três semanas sem conseguir dormir, além de afastamento de um mês acompanhado por psiquiatra para tentar superar o trauma que os comentários e áudios causaram nela.

Conforme conta a cabo Cely, ela estava na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) havia cinco anos quando a foto foi tirada, na formatura de 2019. Até aquele momento, nunca tinha sofrido qualquer tipo de discriminação. “Sempre fui assumida. Toda vez que me perguntavam ou tinham alguma especulação, eu falava e não tive problema. Eu sabia que existia preconceito, mas não era parte da minha vida”, explica.

A foto, diz, foi tirada sem imaginar o problema que seria gerado. Ela já conhecia o outro PM, Henrique Harrison, das redes sociais e aquele foi o primeiro dia que se encontraram pessoalmente. “O Henrique repercutiu bastante após uma foto com o namorado e foi nessa época que conversei pelo Instagram. Dei um retorno muito positivo da corporação. Na formatura, especificamente, ele me vendeu um convite para levar minha namorada e falou para sentarmos na mesma mesa. Vimos outros casais héteros tirando fotos beijando e tiramos também”, lembra.

A partir da publicação, houve uma enxurrada de xingamentos direcionados aos dois casais. “Quando saíram os áudios, foi uma coisa que me abalou muito. Sabia que era uma preocupação maior dos agressores a imagem do homem gay na PM, mas me atingiu também. Foram 20 dias sem dormir, só revivendo aqueles comentários todos”, lamenta.

No 22º dia de noite mal dormida, Cely foi atrás de um psiquiatra e acabou ficando afastada por um mês das funções que desempenhava na assessoria jurídica do departamento de logística e finanças da PMDF. Na época, a policial ficou com receio de entrar com as ações na Justiça. “O Harrison, na época, falou que ia levar os casos adiante e eu achei melhor esperar. Ele teve mais coragem que eu, mas depois de um processo de amadurecimento, falei com um advogado que me ajudou bastante”, explica.

Metrópoles

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