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Bambambã: empresário teria filmado ato sexual com mulher sem permissão

FOTO: REPRODUÇÃO

Uma das 12 mulheres que acusam Gabriel Ferreira Mesquita, dono do bar Bambambã — localizado na 408 Norte, em Brasília — como suposto autor de abuso sexual, registrou um novo boletim de ocorrência contra o empresário. Segundo a recente denúncia, o homem teria filmado, “sem permissão”, uma relação íntima que teve com a vítima, antes do suposto estupro acontecer, e forneceu as imagens a um tabelião, para servir como “prova em um processo”.

Conforme consta no primeiro boletim de ocorrência registrado pela vítima, em 2020, a mulher teria tido dois encontros com Gabriel. No primeiro, segundo relatou, o ato sexual foi consentido. No segundo, porém, ele a “teria dopado e forçado relação anal”.

“A tentativa dele é de desqualificar a vítima. Ao tentar fazer isso, contudo, ele cometeu um segundo crime, pois gravou a relação sexual que teve com a vítima sem o consentimento dela. Ela não sabia que estava sendo filmada. Aí, no segundo encontro, ele a estuprou. É, no mínimo, estranho o fato dele não ter pedido permissão para filmar a relação do primeiro encontro, além de tê-la guardado por anos. O que parece é que ele já estava aguardando ser denunciado por estupro para, de repente, aparecer com uma carta na manga”, disse Manuela Landim, advogada das vítimas.

No mais recente boletim de ocorrência, registrado em janeiro de 2024, a vítima diz ter procurado a polícia logo após tomar conhecimento da existência da “filmagem não permitida”, que foi apresentada pela defesa do réu em uma audiência. Os advogados de Gabriel também foram denunciados.

Segundo Manuela Landim, além da problemática de existir um “vídeo de sexo explícito” não consentido pela vítima, e que “passou pela mão de muitos servidores”, a gravação não foi verificada a partir do aparelho que registrou o ato, o que facilita manipulações de endereço, data e horário. De acordo com a advogada, Gabriel “aproveitou o material para tentar provar que não existiu estupro” e, dessa forma, tentar “se livrar de uma condenação”.

“Uma outra questão muito séria também chama atenção. Ele nega que existiram dois encontros e, por isso, apresenta o vídeo como se fosse referente a única noite em que ele e a vítima se viram. No entanto, o vídeo não foi periciado no celular do Gabriel. Ele tirou o material, dividiu em dois e passou para um pen drive. Esses mesmos materiais apresentados pelo réu apontam inconsistências em endereço e horário, indicando que ele estaria em dois locais distantes ao mesmo tempo”, declarou Landim.

“Pedimos a perícia desses vídeos e a Justiça negou. Então, fomos atrás de peritos que atestaram a facilidade de manipular um vídeo quando ele é retirado de seu local de origem. Apesar de essa avaliação não ter valor legal, já é suficiente para sabermos que Gabriel pode ter manipulado uma prova apresentada por ele próprio”, pontuou.

Metrópoles

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