A Convenção dos Ministros e das Assembleias de Deus no Estado do Mato Grosso (COMADEMAT), que é presidida pelo pastor Sebastião Rodrigues de Souza, divulgou uma Resolução da Mesa Diretora nº 04/2019, onde estabelece normas rígidas quanto aos usos e costumes. Entre as normas, está a orientação para que os membros não assistam televisão, frequentem cinemas ou pratiquem qualquer tipo de jogo.
O texto proíbe aos membros das igrejas ligadas a convenção o uso de brinco, pingentes, piercings ou maquiagens. Às mulheres, a resolução ainda estabelece a proibição do uso de “traje masculino”, roupa curta, roupa transparente, decotes exagerados, uso de pinturas, sobrancelhas desenhadas e cortar o cabelo.
Aos homens, a resolução proíbe uso de cabelos compridos ou cortes extravagantes, barba grande, cavanhaque, shorts ou bermudas e tão pouco o uso de regata é permitido. O texto polêmico ainda estabelece a proibição do uso de bateria nos cultos, e qualquer tipo de “divertimentos mundanos”.
O pastor presidente da COMADEMAT, é também o atual 1º vice-presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). O pastor justifica no documento que o que texto traz princípios estabelecidos como “doutrina na Palavra de Deus, e conservados como costumes desde o início desta obra no Brasil”.
Sobre a televisão, o documento justifica que trata-se de uma barreira que prejudica a Igreja e o lar cristão. Apesar de não haver embasamento bíblico para as proibições, os costumes descritos são acompanhados de versículos, como I Coríntios 11: 14 e 15, além de I João 2:15 e 2 Timóteo 2:25 e 26.
Surpreendentemente, o texto foi emitido justamente quando a Assembleia de Deus em diversos estados parece estar superando a barreira de usos e costumes, impostas durante anos por líderes autoritários, mas que não tem base na Bíblia. Diversas proibições surgiram a partir da interpretação equivocada dos textos bíblicos.
Com o avanço teológico ao longo dos anos, muitas dessas barreiras foram superadas, proporcionando maior liberdade para as mulheres, que geralmente são as mais prejudicadas com as proibições.
O texto não foi comentado pelo presidente da CGADB, pastor José Wellington Bezerra Costa Júnior.
Gospel Prime