O Governo do Estado confirmou, agora há pouco que ocorreu uma fuga de presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Região Metropolitana de Natal. É o primeiro episódio do gênero em três anos.
De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), os fugitivos foram identificados como: Alziro Tony da Silva, de 28 anos; Antonio Marcos Sena da Silva, conhecido como ‘Marcola’, de 31 anos; Cleyton Marques de Mendonça, de 27 anos; Francisco Alef Guedes de Lima, conhecido como ‘Matuto’, de 27 anos; Francisco Damião Virgínio de Oliveira, conhecido como ‘Gato a Jato’, de 48 anos; Francisco Eliomar Faustino Júnior, de 27 anos; Francisco Ray Pereira da Costa, de 27 anos; Genilson Silva de Andrade, conhecido como ‘Nilson’, de 23 anos; Henrique de Oliveira Souza, conhecido como ‘Borracha’, de 35 anos; Ivanaldo Sales da Silva, conhecido como ‘Pikachu’, de 21 anos; Max Soares da Silva, de 29 anos; e Osvanildo Maria da Silva, conhecido como ‘Cachimbo’, de 34 anos.
A última fuga tinha sido em fevereiro de 2018, quando Francisco Carlos dos Santos, de 34 anos, tido como “preso de confiança” deixou a unidade e foi recapturado em seguida. Na ocasião, o detento foi capturado logo em seguida em Parnamirim, na Grande Natal. Esse foi o último e único registro desde o massacre de Alcaçuz, quando 54 presos fugiram da unidade, de acordo com números oficiais.
Em maio deste ano, um plano de invasão ao presídio para resgate de detentos foi descoberto pela Divisão Especializada no Combate ao Crime Organizado (Deicor). Alguns dos envolvidos foram presos e estima-se que o grupo gastaria entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões para concretizar a ação, interpelada pelas forças de segurança do RN.
Complexo
O Complexo de Alcaçuz passou por uma série de reformas e investimentos nos últimos quatro anos. Foram reformados todos os pavilhões, estruturação de celas e instalação de câmeras de segurança e sistemas de vigilância 24h.
Inaugurado em março de 1998, o Complexo de Alcaçuz registrou diversas fugas ao longo dos 23 anos de existência. A maioria das escapadas se deu por debaixo da terra, com presos cavando túneis. Em apenas uma situação, em novembro de 2000, foi registrada uma fuga com apoio de membros externos. Pelo menos 28 detentos, entre eles Valdetário Carneiro, fugiram após um grupo parar uma caminhonete do lado de fora do presídio e metralhar a unidade para dar cobertura à fuga.
O caso mais emblemático aconteceu em janeiro de 2017, quando pelo menos 27 presos foram assassinados em uma briga entre as facções Sindicato do RN e Primeiro Comando da Capital (PCC). Em novembro de 2019, a Polícia Civil indiciou 74 detentos pelos crimes de homicídio, associação criminosa e dano ao patrimônio público.
A Penitenciária de Alcaçuz tem 1.660 presos, com capacidade para 967. O Rogério Coutinho Madruga tem 708 presos, com capacidade para 420. Os dados são de fevereiro, do Geopresídios, do CNJ.
Tribuna do Norte