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Ao G20, Bolsonaro diz que ‘tensões’ raciais são alheias à história do Brasil

FOTO: DIVULGAÇÃO

Em discurso no primeiro dia da Cúpula do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a repetir a retórica de miscigenação do povo brasileiro e a pregar que buscam promover uma divisão entre as raças, negando tensões raciais na história do país.

No início do discurso, transmitido por videoconferência, ele pediu licença para “fazer uma rápida defesa do caráter nacional brasileiro em face das tentativas de importar para o nosso território tensões alheias à nossa história”.

“O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações. Somos um povo miscigenado. Brancos, negros e índios edificaram o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso. Em uma única família brasileira podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros”, defendeu Bolsonaro.

Na véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, foi espancado e morto por asfixia por dois seguranças de uma unidade do Carrefour no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre. Em nota, o Carrefour “lamentou profundamente” o assassinato, que qualificou como “brutal”. Ontem (19), protestos irromperam em diversas cidades do país, relacionando o caso ao racismo estrutural.

“Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. O que existem são homens bons e homens maus; e são as nossas escolhas e valores que determinarão qual dos dois nós seremos. Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história.”

Na noite de sexta, em uma série de publicações no Twitter, Bolsonaro escreveu que “todos têm a mesma cor”. Novamente, não houve por parte do presidente menção ao assassinato de João Alberto Silveira Freitas nem demonstração de condolências à família da vítima.

Congresso em Foco

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