A Americanas, uma das maiores redes de varejo do País, encerrou o seu serviço de televendas, em meio a uma crise financeira que levou ao pedido de recuperação judicial. A dívida reportada pela empresa à Justiça é de R$ 41 bilhões.
A decisão de encerrar o serviço de televendas é uma das medidas tomadas para reestruturar a empresa e equilibrar suas finanças após o rombo reportado no começo do ano por Sergio Rial, que renunciou após dez dias como CEO ao encontrar o que chamou de “inconsistências contábeis”.
Quem tenta ligar para a Americanas para fazer uma compra ouve uma mensagem que informa sobre o fim do serviço e direciona o consumidor a procurar o site ou o aplicativo da empresa.
Procurada, a Americanas não se pronunciou sobre o fim do serviço de vendas por telefone. Assim que ela responder, esta reportagem será atualizada.
Nesta terça-feira, 31, a companhia encerrou contratos com 50 prestadores de serviços de tecnologia em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A empresa tem 45 mil funcionários, mas o número sobe para cerca de 100 mil quando considerados também os trabalhadores indiretos.
Recuperação judicial
A Americanas tem uma longa jornada pela frente até voltar à estabilidade financeira. A recuperação judicial permitirá que a varejista reorganize suas dívidas e tente retomar suas atividades econômicas.
Após a abertura do processo e a análise do juiz, a empresa agora elabora um plano de pagamento a ser votado pelos credores. A aprovação do plano requer que a empresa honre suas dívidas conforme o contrato, bem como novos débitos. A partir desse momento, a empresa pode ter dois destinos: ou cumpre o plano e sai da recuperação judicial, ou vai à falência a pedido dos credores na Justiça.
Para levantar capital nessa fase de elaboração do plano vale propor medidas como o fechamento de lojas, a redução no número de funcionários e a venda de ativos, como marcas, unidades de negócios ou imóveis.