Um dos prazeres prosaicos de quem mora em uma grande cidade é tomar um café no balcão de uma padaria. Imagine-se tranquilamente nessa circunstância quando, de repente, uma mulher começa a xingá-lo e lançar acusações. O ambiente antes agradável vira cenário de constrangimento para você e aos demais frequentadores do lugar. Essa agressão aconteceu em uma manhã de sábado, na Lagoa, área nobre da zona sul do Rio, contra William Bonner. “Eu me senti culpado por incomodar, com aquela situação, quem estava comendo um simples pão na chapa”, disse o jornalista a Pedro Bial, em rara e reveladora entrevista.
Bonner aderiu ao distanciamento social meses antes do início da quarentena imposta pela pandemia de covid-19. Passou a evitar aparições em público. Antes da autorreclusão, era comum os paparazzi o flagrarem em passeios ao shopping com a mulher, a fisioterapeuta Natasha Dantas, e em almoços com os filhos de seu casamento anterior, com Fátima Bernardes. Desde janeiro não há registros desses momentos corriqueiros a qualquer cidadão. O temor não é somente de provocações verbais.
Em entrevista recente, o ator Hugo Bonemer, primo de William Bonner, contou que a família recebeu ameaças. O radicalismo produzido pela polarização político-ideológica no País já provou ser capaz de atos extremos, inclusive contra a vida.
Há, ainda, o perigo representado por pessoas mentalmente desequilibradas. São numerosas as histórias de perseguidores de famosos. Um exemplo foi visto em 10 de junho, quando um homem armado com uma faca fez refém uma repórter da Globo, invadiu a sede carioca da emissora e exigiu falar com a âncora do JN Renata Vasconcellos. A intervenção eficiente de policiais e da própria jornalista resultaram em final pacífico. Esse episódio acendeu a luz vermelha na direção da Globo.
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