Morreu nesta sexta-feira (1º/1), aos 41 anos, Diogo Santana, advogado e ex-secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo de Dilma Rousseff. Segundo informações preliminares, Diogo morreu depois de encostar em uma cerca elétrica.
O acidente ocorreu no bairro Barra da Lagoa, em Florianópolis. O socorro foi chamado, mas o advogado morreu ainda no local. Um inquérito será aberto na 10ª Delegacia de Polícia para identificar o que causou o choque.
Diogo se formou em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Cursou mestrado em Administração Pública pela Harvard Kennedy School e voltou à USP para fazer doutorado. Também era professor e parceiro do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. Deixa dois filhos e esposa.
No Twitter, Dilma disse que a “a morte do companheiro Diogo Santana priva o Brasil de um dedicado militante da causa dos direitos humanos e um brilhante advogado”.
“Diogo era indispensável, pela sua competência, cultura, dignidade e generosidade. Sua morte trágica, ainda tão jovem, entristece a todos nós, que tivemos o privilégio de conviver com ele. Apesar da brevidade de sua vida, Diogo Santana brilhou como uma estrela e lutou bravamente por justiça social e por um futuro melhor para o nosso país. Meu profundo sentimento de pesar à sua companheira Lívia e aos seus filhos, Gabriela e Caetano”, disse.
O ex-presidente Lula também emitiu nota de pesar. “Diogo Santana era um advogado brilhante e uma pessoa comprometida com um Brasil melhor, mais justo, humano e solidário […] O nosso futuro perde uma pessoa com inteligência, conhecimento, ética e comprometimento com as causas sociais, com um Brasil que precisamos reencontrar nesses tempos difíceis. Meu abraço solidário e meus sentimentos aos filhos, familiares, amigos e alunos”, afirmou.
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, manifestou profundo pesar. “O professor Diogo, nascido na pobreza, liderou, inspirou e concretizou o que se pode chamar justiça nesse mundo. Diogo Santana traduziu nos afazeres levados a efeito no GT SNE (Grupo de Trabalho sobre a Sistematização das Normas Eleitorais) que era mesmo um lutador. Homem negro, de origens humildes”, disse.
“Não temos palavras suficientes. Lamentar muito é pouco. Sua morte precoce é uma grande perda para sua família, amigos, como também para o Brasil. Aos familiares e amigos, nossas condolências”, concluiu o ministro.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), onde Diogo atualmente atuava como diretor-executivo, também lamentou a morte. “Mesmo no curto período em que desempenhou suas funções na associação, mostrou um brilhantismo ímpar. Um profissional que fará muita falta. Pelos serviços prestados, nossa admiração e reconhecimento.”
A Fundação Perseu Abramo disse que Diogo foi “um gigante como pessoa humana”. “Sempre tinha uma palavra boa para dizer, um sorriso no rosto e uma questão para compartilhar”.
O advogado Pierpaolo Bottini lembrou do colega em uma rede social. “Quero deixar minha homenagem ao Diogo Santana, amigo de faculdade, um cara de coração enorme, e de uma sensibilidade política especial. Deixará muita saudade.”
Conjur