Uma advogada foi levada à delegacia após ter sido flagrada se comunicando através de um bilhete com um presidiário, nessa segunda-feira (12). O papel continha orientações sobre tráfico de drogas, que seriam destinadas a familiares do homem. No momento em que saída da Central de Flagrantes, jornalistas que faziam a reportagem foram coagidos por supostos representantes de um sindicato de classe, na tentativa de preservar a imagem da colega acusada, assim como evitar qualquer tipo de entrevista. O tumulto foi controlado.
Segundo relato policial, a profissional estaria em um parlatório, com um detento do presídio Rogério Coutinho Madruga – conhecido popularmente como Pavilhão 5 de Alcaçuz – em Nísia Floresta, na Grande Natal, quando os policiais penais flagraram o homem mostrando um bilhete para ela.
No papel, havia orientações sobre o tráfico de drogas e inclusive para entrada de entorpecentes no presídio dentro de tubos de creme dental.
O preso – um homem de 33 anos apontado como líder do tráfico de drogas em um bairro da Zona Sul de Natal – ainda chegou a rasgar o bilhete, que foi “remontado” pela polícia.
A advogada foi detida pelos policiais penais na própria sala dos advogados no presídio e levada à delegacia de plantão da Zona Sul de Natal.
A Ordem dos Advogados do Brasil acompanhou o caso. Uma equipe da fiscalização das prerrogativas da advocacia e outros colegas de profissão foram à delegacia na noite de segunda-feira (12).
Em nota, a OAB disse que não há evidência concreta de cometimento de crime, entrega ou não do bilhete e que está monitorando o ocorrido.
A delegada de plantão não autuou a advogada em flagrante, mas ela assinou um termo e vai responder a uma ação. Os policiais penais também foram ouvidos.
Segundo a presidente do sindicato dos policiais penais, Vilma Batista, a comunicação externa dos detentos por meio dos advogados pode atrapalhar a estabilidade e segurança dos presídios. “Isso é inadmissível e os policiais penais não vão aceitar”, afirmou.
Na saída da delegacia, a advogada foi cercada e coberta pelos colegas para evitar ser filmada. Houve confusão entre os advogados e jornalistas que cobriam os fatos, inclusive com agressões físicas e palavrões. Uma equipe de jornalismo registrou um boletim de ocorrência em seguida.
A advogada foi liberada depois de prestar depoimento, mas um inquérito foi aberto. O caso será investigado pela Delegacia de Nísia Floreste, onde fica localizado o presídio.
Com informações do G1RN e Via Certa
1 Comentário
Os advogados se acham intocáveis, acima de tudo e de todos. Um absurdo!!! Se errou, tem que pagar.