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Adolescente é expulso da escola por estar de chinelo; mãe não tinha dinheiro pra comprar tênis

FOTO: REPRODUÇÃO

Um menino de 14 anos, aluno de uma escola pública em Boa Vista (RR) foi impedido de assistir aula e permanecer dentro da escola por estar com um chinelo e não um tênis. A mãe registrou nesta segunda-feira (28), um Boletim de Ocorrência (BO) contra a escola estadual São José, onde o menino estuda.

A Secretaria Educação e Desporto (Seed), responsável pela escola, informou que fez contato com a direção do colégio e adotará providências cabíveis.

A mãe conta que o filho e cerca de outros dez alunos foram colocados para fora por estarem com o uniforme inadequado. Ela disse que o menino foi à escola de chinelo porque o tênis dele rasgou e ela aguarda o pai dele pagar a pensão para comprar um novo par de calçados.

“Ele me ligou e falou ‘mãe, eu estou aqui no terminal, não tem ônibus para voltar [para casa]’. Ele me ligou chorando, dizendo ‘mãe, aconteceu que me tiraram da escola'”, relatou, acrescentando que o menino ficou cerca de 2 horas na rua, fora da escola porque não tinha como ir embora.

A mãe disse ainda ter explicado para a orientadora da escola, mas ela debochou na frente dos colegas e disse que “era problema dele” e que a mãe dele era “cheia de dinheiro e trabalha no garimpo”.

“Eu expliquei que eu não tinha condições para comprar sapato, meu pai não tinha mandado a pensão esse mês, e minha mãe estava desempregada. Aí, ela falou assim ‘não é tua mãe que é cheia do dinheiro e trabalha no garimpo’. Eu expliquei que ela não trabalha mais no garimpo, e ela falou que problema é meu, tipo um deboche, me humilhando na frente dos meus colegas”, contou o menino.

A mãe contou ao g1 que entrou em contato com a gestão da escola, explicou a situação, mas, não houve acordo. Ao encontrar o filho fora da unidade, ela acionou a Polícia Militar.

O policial avisou que não poderia fazer nada, que ela teria de registrar um boletim de ocorrência. Depois disso, a servidora que estava representando a gestora conversou com a mãe e pediu que ela não levasse a situação para fora da escola, o que foi negado pela mãe do menino.

O menino, segundo a mãe, ficou constrangido com toda a situação e que “está com medo de voltar à escola”

“Meu filho não assistiu a aula, não deu pra ele assistir. Ele não tinha como assistir, a gente estava muito constrangido, não sabia o que fazer e veio embora. Ele está com medo e não quer mais ir para escola”, lamentou a mãe.

A Seed disse em nota que deve adotar medidas em relação a conduta da servidora da unidade educacional, “uma vez que não há nenhuma orientação por parte da Secretaria, nem por parte de nenhuma instituição de ensino da rede para impedir a entrada de estudantes nas unidades de ensino em razão de fardamento escolar”.

A Polícia Civil disse que como se trata de vítima menor, vai encaminhar o boletim de ocorrência feito pela mãe do menino do 4° Distrito Policial, onde foi registrado, para o Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente, “aonde já estão sendo adotadas as providências e diligências cabíveis.”

Com informações do g1

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1 Comentário

  • Que espécie de educadores são os dessa escola? Isso envergonha profunda e lamentavelmente o magistério! Penso, o que pode haver de consistente e significativo na prática pedagógica de um educador, “orientadora educacional”, que é capaz de atitudes deploráveis como essa, “debochar de um aluno que não tem condições financeiras de comprar um tênis”. Isso é muito grave, e pode destruir toda a referência que alunos tenham de seus educadores! É caso de exoneração!

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