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Acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco são transferidos de Mossoró em operação sigilosa

JUIZ FEDERAL CORREGEDOR DE MOSSORÓ DETERMINOU O TRANSLADO DE LESSA E QUEIROZ A PORTO VELHO PORQUE ORLANDO CURICICA, QUE AJUDOU NA ELUCIDAÇÃO DO CASO, ESTAVA PRESO NA MESMA UNIDADE. FOTO: DCM

O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz já estão num novo endereço: a Penitenciária Federal de Porto Velho , em Rondônia . Apontados  pela Delegacia de Homicídios da Capital e pelo Ministério Público do Rio como os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, Lessa e Queiroz foram  transferidos  da Penitenciária Federal de Mossoró , no Rio Grande do Norte, para a unidade do Norte do país, no meio da semana passada. Numa operação sigilosa para evitar uma fuga, o translado dos presos foi feito por policiais federais.

O motivo da transferência — fundamentado em decisão do juiz federal corregedor da Penitenciária Federal de Mossoró, Walter Nunes da Silva Junior — foi o fato de o miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, também estar na mesma unidade. Antes de a Polícia Civil prender Lessa e  Queiroz pelo duplo homicídio, em 12 de março deste ano, o miliciano era o principal suspeito pelo crime . O juiz federal corregedor ressaltou em sua decisão que havia urgência na transferência dos presos, porque Curicica “forneceu às autoridades informações importantes do envolvimento de Ronnie (Lessa) e Élcio nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes”.

O pedido para que os dois deixassem o Rio foi feito pelas promotoras do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Simone Sibilio e Letícia Emile ao juiz do 4º Tribunal do Júri, Gustavo Kalil, logo que ambos foram presos, no dia 12. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em Brasília, abriu as vagas para Mossoró. No dia 28 de março, Lessa e Queiroz foram transferidos do presídio de Bangu 1, no Rio de Janeiro, para a unidade do Rio Grande do Norte. Logo que  chegaram lá, a direção da penitenciária redobrou os cuidados com a segurança de Curicica. O miliciano foi totalmente isolado. O número de agentes penitenciários foi redobrado para resguardar a integridade do ex-PM.

O juiz federal corregedor determinou ao Depen que indicasse vagas para o sargento reformado e seu cúmplice em outra unidade federal no país. Nunes informou que o diretor do presídio de Mossoró apontou sobre a impossibilidade da permanência de Lessa e Queiroz juntos na mesma cadeia com Curicica. Tanto que, em sua sentença, o juiz federal corregedor enfatizou que a transferência da dupla de detentos era “recomendável, para preservar a integridade física de Orlando”.

O Globo

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