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205 fugitivos em 2016: Contagem parcial de um Sistema Penitenciário em calamidade

No dia 21 de janeiro, quando Chaguinha escapou, outros 19 presos que já estavam fora do pavilhão foram impedidos de fugir por policiais da Força Nacional e do BPChoque (Foto: Divulgação/PM)

No dia 21 de janeiro, quando Chaguinha escapou, outros 19 presos que já estavam fora do pavilhão foram impedidos de fugir por policiais da Força Nacional e do BPChoque (Foto: Divulgação/PM)

O último recapturado em evidência no noticiário, Chaguinha havia de Alcaçuz na madrugada de 21 de janeiro deste ano. Na ocasião, ele e mais nove presos escaparam por um túnel. A penitenciária fica em Nísia Floresta, também na região Metropolitana da capital. De acordo com policiais militares responsáveis pela guarda, um dos guariteiros percebeu a debandada e fez disparos de advertência. Com os tiros, alguns presos que ainda estavam dentro do túnel recuaram; outros 19, já fora do pavilhão, foram impedidos de fugir.

Sistema em calamidade

O sistema penitenciário potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14 presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7 milhões. No entanto, o sistema permanece em crise. Seis meses depois, o decreto de calamidade foi prorrogado por mais 180 dias e a permanência da Força Nacional também renovada.

Já no dia 17 de março deste ano, o governo do Rio Grande do Norte voltou a renovar o decreto de calamidade no sistema prisional potiguar e mais uma vez pediu socorro à Força Nacional. A renovação da calamidade, por mais seis meses, foi assinada pelo governador Robinson Faria. O documento diz que a renovação tem por objetivo “legitimar a adoção e execução de medidas emergenciais que se mostrarem necessárias ao restabelecimento do seu normal funcionamento”.

Além das unidades depredadas e da superlotação, as fugas também se tornaram um problema constante para o Estado. Somente este ano, 205 detentos já escaparam do sistema prisional potiguar. Alguns já foram recapturados, mas nem a Secretaria de Justiça (Sejuc) nem a Secretaria de Segurança Pública (Sesed) sabem precisar a quantidade de fugitivos que retornaram aos presídios. A média é de 12 fugitivos por semana.

Fugas em 2016

– Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta: 69 fugitivos em 11 fugas (19 e 21 de janeiro, 21 e 24 de fevereiro, 10 e 13 de março, 10, 16, 18 e 23 de abril e 2 de maio);

– Cadeia Pública de Natal, em Natal: 46 fugitivos em 1 fuga (12 de janeiro);

– Centro de Detenção Provisória da Ribeira, em Natal: 29 fugitivos em 4 fugas (12 de fevereiro, 7 de março, 25 de abril e 9 de maio);

– Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró: 24 fugitivos em 6 fugas (1º, 22, 29 e 30 de janeiro, 8 de março e 22 de abril);

– Cadeia Pública de Caraúbas, em Caraúbas: 11 fugitivos em 1 fuga (5 de março);

– Presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta: 7 fugitivos em 1 fuga (27 de março);

– Cadeia Pública de Mossoró, em Mossoró: 6 fugitivos em 2 fugas (1º de março e 11 de abril);

– Centro de Detenção Provisória de Macau, em Macau: 4 fugitivos em 1 fuga (14 de janeiro);

– Centro de Detenção Provisória de Patu, em Patu: 4 fugitivos em 1 fuga (4 de abril);

– Centro de Detenção Provisória de Ceará-Mirim, em Ceará-Mirim: 2 fugitivos em 1 fuga (24 de janeiro);

– Centro de Detenção Provisória do Potengi, em Natal: 2 fugitivos em 1 fuga (17 de janeiro);

– Centro de Detenção Provisória de Parnamirim, em Parnamirim: 1 fugitivo em 1 fuga (25 de março);

Total: 205 fugitivos

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