29 de maio de 2025 às 14:30
29 de maio de 2025 às 10:10
FOTO: DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira 29, a oitava fase da Operação Sisamnes, que investiga crimes de corrupção judiciária e lavagem de dinheiro relacionados à venda de sentenças.
Com autorização do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi cumprida a ordem de afastamento de um juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. De acordo com o g1, o juiz seria Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica (MT).
A decisão também inclui o sequestro de bens e valores no total de aproximadamente R$ 30 milhões e a apreensão do passaporte do magistrado.
De acordo com a PF, o esquema foi “montado para dissimular pagamentos milionários de propinas em troca de decisões judiciais” proferidas pelo juiz investigado.
Além disso, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no estado. As investigações continuam.
29 de maio de 2025 às 14:15
29 de maio de 2025 às 13:47
FOTO: CHRISTIAN RODRIGUES
A Prefeitura de Natal divulgou nesta semana o lineup oficial da abertura do São João 2025, que acontece neste sábado (31), na Avenida da Alegria, no bairro da Redinha, Zona Norte da capital. Com início da concentração previsto para as 16h, a primeira noite do evento será marcada por desfiles de trios elétricos, com apresentações de Capilé, Márcia Fellipe e Bell Marques.
De acordo com a organização, o percurso terá início às 18h com o trio de Capilé. Na sequência, Márcia Fellipe sobe ao trio por volta das 20h, e Bell Marques encerra a noite de shows, com início previsto para as 22h. Os trios não circularão de forma simultânea. Haverá uma média de 30 minutos de intervalo entre cada apresentação, garantindo que o público possa acompanhar todos os artistas.
Cada trio dará duas voltas na avenida, sendo que na segunda passagem haverá dispersão no início do corredor da folia, no sentido contrário à saída. A expectativa é de um grande público já na primeira noite, impulsionado pela presença de grandes nomes do forró e axé, além da estrutura montada para receber os natalenses e turistas.
A abertura faz parte do projeto “Ginga com Tapioca” e marca o início da programação junina que segue até 29 de junho, com eventos espalhados por diversas regiões da cidade.
29 de maio de 2025 às 14:00
29 de maio de 2025 às 12:55
FOTO: JOSÉ ALDENIR
Mesmo com o desejo de manter a senadora Zenaide Maia (PSD) na aliança majoritária de 2026, o PT já admite publicamente a possibilidade de buscar um nome alternativo para disputar o Senado ao lado da governadora Fátima Bezerra, que é pré-candidata ao cargo. A informação foi confirmada pelo secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier, apontado como pré-candidato do grupo ao Governo do Estado.
Segundo ele, embora a presença de Zenaide no palanque petista seja considerada “natural” pela história de alinhamento político, coerência e atuação parlamentar, o distanciamento entre a senadora e a gestão de Fátima nas últimas agendas já preocupa aliados. “A senadora Zenaide é um quadro importante. Hoje é vice-líder do governo federal no Senado. A nossa intenção é que ela venha para o nosso palanque. Mas, se não for da vontade dela, temos outros quadros”, afirmou.
Sem citar nomes, Cadu indicou que há alternativas possíveis dentro do próprio PT, além de partidos aliados como o MDB. “A gente tem muita gente com capacidade eleitoral grande que pode compor a chapa com a governadora”, completou. O grupo deseja montar uma composição majoritária com quatro nomes: governador, vice-governador e dois ao Senado. A expectativa é que, com a candidatura de Fátima ao Senado já posta, Zenaide possa ser o segundo nome, caso aceite integrar a aliança. Se não, o PT quer assegurar presença e equilíbrio entre as forças que sustentam o governo.
Cadu lembrou o papel desempenhado por Zenaide em momentos-chave, como a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016 e o apoio da militância de esquerda que a elegeu em 2018. “Seria um processo de coerência. Mas depende da vontade dela. Se ela não quiser, vamos buscar outro nome, com força eleitoral”, disse. Ele frisou que, embora não haja rompimento formal, existe um distanciamento que precisa ser superado ou, em último caso, administrado.
A entrevista foi concedida na manhã desta quarta-feira 28 à rádio 94 FM, durante participação no Jornal da Cidade. Cadu Xavier também respondeu sobre alianças para o governo, escolha de vice e composição da chapa com MDB e partidos de esquerda. Segundo ele, o nome do vice deve vir do MDB, partido do atual vice-governador e futuro titular do Executivo, Walter Alves, que assume o governo em abril de 2026, quando Fátima se desincompatibiliza para disputar o Senado.
Governo Fátima não tem “uma denúncia de corrupção”, destaca Cadu
Cadu Xavier foi enfático ao dizer que o atual governo do Rio Grande do Norte, comandado por Fátima Bezerra desde 2019, não tem qualquer escândalo de corrupção registrado em sua trajetória. “Se você procurar no Google: corrupção, governo Fátima, não tem. Estamos há seis anos e quatro meses de gestão e não há uma denúncia”, disse, ao comentar o ambiente de desconfiança provocado pelas denúncias envolvendo o INSS no âmbito federal.
Durante a entrevista na 94 FM, o secretário classificou como “gravíssima” a fraude envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários e defendeu apuração rigorosa. “É um crime que mexe com a aposentadoria de idosos, que poderiam estar comprando remédio, comida. Tem que ser investigado; e os culpados, punidos”, declarou.
Ao mesmo tempo, afirmou que a discussão sobre corrupção precisa ser “aprofundada localmente”, e criticou a seletividade de parte da opinião pública e da classe política. “A gente gosta muito de debater corrupção quando é longe. Quando é perto, pouco se fala”, disparou.
Cadu citou a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa, durante a pandemia, que revirou contratos da Secretaria de Saúde e da gestão estadual, mas não apontou nenhuma irregularidade. “Foi tudo investigado, abriram uma CPI, vasculharam tudo e não encontraram nada. Porque nosso governo tem conduta. Seriedade é um princípio para mim, como é para a governadora”, afirmou.
Para ele, o compromisso com o uso correto dos recursos públicos é um valor pessoal e uma marca da atual gestão. “Não é só questão de não roubar. É tratar o dinheiro público com zelo, com critério. E é isso que temos feito todos os dias”, concluiu.
“RN de hoje é muito melhor do que em 2019”, afirma pré-candidato
Pré-candidato ao Governo do Estado pelo PT, Cadu Xavier acredita que o Rio Grande do Norte vive hoje um cenário completamente diferente daquele que encontrou em 2019, quando assumiu a então existente Secretaria de Tributação (hoje, parte da pasta de Fazenda) na gestão da governadora Fátima Bezerra. Em sua avaliação, o Estado passou a ter mais estabilidade, melhores serviços públicos e um horizonte de desenvolvimento mais claro.
“Não tenho dúvida de que a vida do cidadão potiguar melhorou. A segurança pública é outra. A saúde avançou. O ambiente de negócios também. Temos hoje capacidade de investimento e projetos estruturantes em andamento”, afirmou.
Entre os planos para o futuro, caso seja eleito, Cadu citou três eixos centrais: o fortalecimento das energias renováveis, a exploração da margem equatorial e a consolidação do projeto do Porto Indústria Verde. Ele acredita que o RN está prestes a entrar em uma nova fase de crescimento, com base em uma economia verde, moderna e sustentável. “O sonho que tenho para o Estado é esse: que ele continue crescendo, investindo e melhorando a qualidade de vida de quem vive aqui.”
Para ele, os próximos quatro anos podem ser uma continuidade do ciclo iniciado em 2019, com mais capacidade de ação graças à reorganização fiscal realizada ao longo da atual gestão. Cadu afirma que, quando assumiu a Secretaria da Fazenda, o Estado estava à beira do colapso financeiro, e que hoje já há condições para novos investimentos.
“Em 2019, o RN não pagava salário em dia, vivia de empréstimos, tinha nota C no Tesouro. Hoje a realidade é outra. Isso se reflete na vida das pessoas”, declarou.
A pré-campanha de Cadu deve focar, segundo ele, na defesa desse legado e na apresentação de propostas que mantenham o Estado no rumo da recuperação. “Nosso objetivo é mostrar que podemos ir além. O trabalho que começou pode continuar. E, com mais experiência e organização, pode render ainda mais frutos para quem mais precisa”, concluiu.
29 de maio de 2025 às 13:45
29 de maio de 2025 às 09:39
FOTO: DIVULGAÇÃO
O brasileiro terá que trabalhar até esta quinta-feira (29) apenas para quitar impostos, taxas e contribuições aos governos federal, estadual e municipal, o que corresponde a 149 dias neste ano, equivalente a quatro meses e 29 dias. Em 2024, foram quatro meses e 28 dias, um dia a menos. Os dados são de estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor desembolsado representa 40,82% da renda média do brasileiro.
De acordo com dados do Impostômetro, painel mantido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), até esta quarta-feira (28), o brasileiro já tinha pago mais de R$ 1,628 trilhão em tributos. No Rio Grande do Norte, o valor pago até 16h desta quarta foi superior a R$ 11,6 bilhões, mais precisamente, R$ 11.696.191.349,64, dos quais R$ 458.827.103,31 apenas em Natal.
Conforme o Instituto, o aumento no número de dias trabalhados para pagar tributos entre 2024 e 2025 reflete o impacto da reoneração da folha, da tributação de importações e do aumento do ICMS para 20% em dez estados, incluindo o Rio Grande do Norte. Na avaliação de economistas ouvidos pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, o cenário é reflexo de uma estrutura tributária mal desenhada e falta de controle na oferta de subsídios.
O economista Thales Penha observa que a metodologia ideal para analisar a carga tributária de um país, em comparação a outros, é verificar o percentual que é arrecadado do Produto Interno Bruto (PIB) em tributos. No Brasil, por exemplo, em média cerca de 32% a 33% do PIB são arrecadados em tributos. O dado varia ao longo do tempo, sendo influenciado pela variação do próprio indicador. “Então a partir dessa metodologia que é utilizada na economia, na OCDE, o Brasil tem uma carga tributária na média dos países desenvolvidos”, aponta.
Thales Penha observa, contudo, que no Brasil o problema não está na carga tributária, mas sim na estrutura tributária. Isso porque enquanto países desenvolvidos apresentam mais tributos diretos, ou seja, que são correspondentes às capacidades de tributação de cada público, a realidade local opera no sistema inverso. “A nossa arrecadação é basicamente baseada em tributos indiretos [que incidem sobre bens e serviços e apresentam alíquota única para a população]. Cerca de 60% da nossa arrecadação é tributo indireto. Então a gente tem uma sensação de que é mais tributado, principalmente a parcela mais pobre, que é a grande maioria da população”.
No Rio Grande do Norte, especialmente, assim como em outros estados, o economista aponta que há vários subsídios fiscais nos quais não existe controle na relação de retorno ao setor. Ao analisar a Lei de Diretriz Orçamentária, esclarece, há a definição sobre o gasto tributário, ou seja, o valor que deixa de ser arrecadado para fornecer um incentivo fiscal. Isso significa que, embora o ICMS seja de 20%, uma empresa de determinado setor pode ser selecionada para pagar menos que a alíquota.
“[Esse gasto] no Rio Grande do Norte, está perto dos R$ 2 bilhões atualmente. Isso é mais do que 10% do real valor arrecadado. É muito maior, por exemplo, que determinados gastos que o Estado tem em setores fundamentais, como educação e saúde. Boa parte desse gasto, e R$ 1,5 bilhão, é só em subsídio fiscal para o programa de incentivo à industrialização, o regime especial dos atacadistas, o regime especial”, explica.
A consequência desse cenário, segundo Thales Penha, é que enquanto alguns setores são privilegiados, a perda arrecadatória passa a ser compensada com o aumento da alíquota do imposto. Então algumas empresas podem pagar percentuais mínimos do imposto, mas outras precisam arcar com o percentual total, o que também é recorrente entre empresas de um mesmo setor. O economista observa que o problema não está necessariamente na oferta do subsídio, mas na falta de clareza sobre os benefícios à economia.
Thales Penha avalia que a reforma tributária pode ser um caminho para melhorar a estrutura tributária no país, mas os efeitos positivos desse processo irão ocorrer a longo prazo . Ele defende, portanto, que o caminho ideal seria realizar uma inversão do que existe atualmente: no lugar de mais impostos indiretos, apoiar um sistema progressivo. “Ficamos recorrendo a medidas extraordinárias como o IOF para tentar aumentar a arrecadação porque a gente acaba apelando para esses tipos de tributos indiretos”, completa.
29 de maio de 2025 às 13:30
29 de maio de 2025 às 09:34
FOTO: REPRODUÇÃO
Um crime bárbaro e com extrema requintes de crueldade. Foi assim que a delegada Wládia Holanda tratou o assassinato de Keven Martins, 15 anos.
O corpo dele foi encontrado nesta última quarta-feira (28) na cidade de Santa Rita, após intensas buscas.
Três pessoas foram presas pelo Núcleo de Homicídios de Santa Rita e uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (29) vai detalhar a prisão e o crime. O desaparecimento ocorreu em 22 de maio deste ano.
Furto de cavalos
Segundo a delegada, Keven e um amigo foram até uma propriedade rural para furtar cavalos. Integrantes de uma facção, que domina Várzea Nova, souberam do caso e conseguir pegar o Keven.
O amigo conseguiu fugir. O dono da propriedade pediu para que não fizessem nada contra o garoto, mas foi inevitável.
Tortura e “disciplina”
A delegada disse que Kevem passou por sessões de torturas. Ele teria sido espancado pelo grupo até desmaiar. Após perder os sentidos, a vítima teve pés e mãos amarrados e foi amordaçada. Logo em seguida, foi morto a facadas e tiros.
Urubus, cães e drone
A polícia e os bombeiros conseguiram encontrar o corpo após as equipes perceberem que urubus sobrevoavam uma área e, com a ajuda de cães especializados em resgates e drones, o corpo foi localizado entre galhos em uma área chamada de “paú”.
Devorado por jacarés
A delegada disse que a frieza e o grau de perversidade a chocaram. Um dos presos disse em depoimento que o objetivo era jogar o corpo para ser devorado por jacarés para que o corpo nunca fosse localizado.
Como as buscas se intensificaram, as autoridades conseguiram evitar que o corpo fosse comido pelos animais.
Os presos irão responder por homicídio, ocultação de cadáver e organização criminosa.
29 de maio de 2025 às 13:15
29 de maio de 2025 às 09:36
FOTO: REPRODUÇÃO
O presidente Lula deixou a modéstia de lado para cumprir agenda que cumpriu no Ceará, Pernambuco e Paraíba, nesta quinta-feira (28).
Enquanto posava para fotos em trechos da transposição do Rio São Francisco, nos pés do petista estava um luxuoso tênis da grife italiana Ermenegildo Zegna. O valor do item, Zegna SecondSkin Triple Stitch de couro, cobiçado por ricaços, R$10.550.
O site do fabricante deixa claro o segmento que a loja atua: “Roupas de luxo para homens”, diz o site. O vendedor ainda detalha o produto “fabricados na Itália e disponíveis numa variedade de materiais requintados”.
O exterior do tênis é feito 100% com couro de bezerro, como o forro. O solado, 100% borracha.
O trabalhador que tiver interesse em adquirir um sapato semelhante ao usado pelo petista terá que desembolsar quase sete salários mínimos, atualmente em R$1.518,00
Esta não é a primeira vez que o petista ostenta o artigo de luxo. O tênis foi escolhido por Lula para desembarcar no Japão, no tour que fez pela Ásia, em março.
29 de maio de 2025 às 13:00
29 de maio de 2025 às 09:29
FOTO: REPRODUÇÃO
O cantor de funk MC Poze do Rodo foi preso na manhã desta quinta-feira (29) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. A prisão ocorreu na residência do artista, localizada no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), o funkeiro é investigado por apologia ao crime e por suposta associação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). As investigações apontam que Poze se apresenta exclusivamente em comunidades dominadas pelo grupo, onde traficantes armados com fuzis garantem a segurança dos eventos.
As autoridades afirmam ainda que o conteúdo das músicas apresentadas pelo artista promove o tráfico de drogas, incentiva o uso ilegal de armas e incita confrontos entre facções rivais. Segundo os investigadores, essa retórica tem contribuído para o aumento da violência, atingindo frequentemente vítimas inocentes. “Esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes”, informou a Polícia Civil em nota.
Ainda segundo a investigação, os shows de Poze seriam financiados pelo CV, servindo como instrumento de fortalecimento econômico da facção por meio do estímulo ao consumo de drogas nas comunidades onde se realizam os eventos.
A defesa do cantor declarou que ainda não teve acesso ao conteúdo do processo e que só se manifestará após a análise dos autos.
29 de maio de 2025 às 12:00
29 de maio de 2025 às 09:06
FOTO: HUGO BARRETO
Grandes eventos motivacionais com palestras, música alta, discursos e depoimentos emocionantes de sucesso. Lives e encontros virtuais para falar do poder da iniciativa, do pensamento positivo e da dedicação incansável à empresa. E, ao mesmo tempo, total ausência de espaço para discutir cláusulas dos contratos e as políticas da empresa – como aumento abrupto dos preços dos produtos.
Franqueados da Cacau Show relatam o clima de “seita” dentro da maior rede de franquias do Brasil, com punições para quem questiona as normas e práticas da empresa. Quem comanda boa parte dos momentos devocionais é Alexandre Tadeu da Costa, conhecido como Alê Costa, fundador e CEO da Cacau Show – que hoje conta com mais de 4 mil unidades espalhadas em todo o país.
A realidade de parte deles, no entanto, é bem diferente da apresentada por Alê Costa nas redes sociais e em entrevistas em programas especializados de negócios. Franqueados relatam, por exemplo, que ao reclamarem de problemas, como cobranças ou mudanças no valor dos produtos, passaram a ser perseguidos recebendo chocolates para vender com a validade perto de expirar e produtos encalhados com pouca saída. Situação que, muitas vezes, inviabiliza o funcionamento das franquias e leva os empresários a fecharem as portas.
Na Justiça, a Cacau Show acumula processos por cobranças indevidas e por não fornecer produtos de forma adequada para lojas franqueadas. Caso em que as retaliações ficam ainda mais rígidas. Processo que tramita na 25ª Vara Cível de Brasília evidencia que punições como a retirada de crédito – obrigando os franqueados a comprarem os produtos à vista – é institucionalizada, com previsão contratual.
“É inequívoco que a política interna da demandada [Cacau Show] afronta o princípio constitucional da liberdade profissional, porquanto, a restrição de crédito para fornecimento exclusivo de produtos, instrumento essencial da atividade econômica, sob a alegação de existência de litígios judiciais entre franqueado e franqueadora, não está amparada em motivo idôneo e constitui mero revanchismo, uso arbitrário das próprias razões por via transversa, cuja finalidade não é outra senão inibir o legítimo direito constitucional de ação dos demandantes [franqueados], o que também viola o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição”, apontou o juiz Julio Roberto dos Reis.
Insatisfeitos, franqueados criaram um perfil em uma rede social para compartilhar relatos. A página foi batizada de “Doce Amargura”. A responsável, que ainda é franqueada, com medo de novas retaliações, optou por um pseudônimo. Ela, no entanto, foi surpreendida por uma visita do vice-presidente da Cacau Show, Túlio Freitas. A loja dela, no interior de São Paulo, fica a mais de 600 km da sede da empresa. Segundo ela, o vice-presidente a perguntou “o que era preciso” para que ela parasse. Agora, ela tenta, judicialmente, rescindir o contrato com a Cacau Show.
Procurada, a Cacau Show não se manifestou sobre o assunto até a publicação do texto. O espaço continua aberto para eventuais posicionamentos.
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