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Categoria: maio 12, 2025

Lula diz que parceria entre Brasil e China é “indestrutível”

FOTO: RICARRDO STUCKERT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (12) que a parceria entre Brasil e China é “indestrutível”. No primeiro discurso em Pequim, ele destacou que a aliança econômica entre China e Brasil “não tem retorno”.

– Se depender do meu governo e da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis e nossa relação será indestrutível. Porque a China precisa do Brasil, e o Brasil precisa da China. Nós dois juntos poderemos fazer com que o Sul Global seja respeitado no mundo como nunca foi – disse o petista

Lula viajou a Pequim em momento de tensão global com os Estados Unidos e fez um contraponto ao presidente Donald Trump, em discurso a executivos de empresas chinesas e brasileiras, no Seminário Empresarial Brasil-China.

Há 16 anos, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Os EUA são o segundo. A estimativa de negócios e investimentos anunciados no seminário, calculada pela Apex Brasil, é de R$ 27 bilhões.

– A construção dessa aliança econômica entre China e Brasil, dessa troca de parcerias entre empresas brasileiras e chinesas não tem retorno. Estejam certos de que daqui para frente só vai crescer – afirmou Lula.

Horas depois de China e Estados Unidos chegarem a um acordo sobre a guerra comercial disparada por Trump pelo tarifaço, Lula evitou comentar o entendimento e centrou críticas ao americano.

Já integrantes do Palácio do Planalto entenderam o acerto como algo positivo, pois demonstra que se foi possível os EUA se acertarem com o maior alvo das tarifas é sinal de que o mesmo pode ocorrer com os demais. A China havia sido o mais taxado, enquanto o Brasil recebeu 10%, o menor patamar.

– Não existe saída para um país sozinho. Nós precisamos trabalhar juntos, por isso eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos EUA tentou impor ao planeta Terra da hora para a noite.

Segundo Lula, o relacionamento multilateral garantiu anos de harmonia entre os países, enquanto o “protecionismo no comércio pode levar à guerra”. O petista defendeu o livre comércio. Ele voltou a dizer que as medidas protecionistas limitam a soberania dos países.

O petista afirmou que a relação sino-brasileira não é “comum” e que ambos países já mostraram compromisso em superar a pobreza.

– A China tem sido tratada muitas vezes como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando na verdade a China está se comportando como exemplo de país que está tentando fazer negócio com os países que foram esquecidos durante os últimos 30 anos por muitos outros países – disse Lula.

Sem citar os EUA e potenciais ocidentais, ele afirmou que “países grandes deixaram de investir na África e na América Latina”. E mencionou o foco da União Europeia no Leste do continente.

Lula respondeu às críticas de que o Brasil exporta apenas commodities para a China em vez de produtos de alto valor agregado. Segundo ele, isso ocorre porque durante anos o Brasil não investiu em formação de talentos e educação – então não consegue competir na produção de artigos com tecnologia.

Ele afirmou que os produtos do agronegócio brasileiro também têm tecnologia agregada. Para Lula, o país não deve “se sentir inferior” por exportar soja. Mas admitiu que não vai conseguir competir em alta tecnologia com outros países.

Lula falou que Xi Jinping tem demonstrado confiança na relação com o Brasil e vai agradecê-lo porque isso permite a transferência de conhecimento entre os países.

AE

Fraude no INSS: demora do governo Lula em apurar denúncias elevou prejuízo bilionário

FOTO: GABRIELA BILÓ

O escândalo do esquema de fraudes no INSS atingiu cifras bilionárias no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) graças a uma combinação de omissão e letargia desde 2023 e também de movimentações no Congresso Nacional, desde 2019, que impediram o endurecimento de regras para barrar débitos ilegais nas aposentadorias e pensões.

O governo afirmou que sabia das suspeitas de irregularidades nos descontos de mensalidades desde 2023, mas a decisão de suspender esses acordos só veio em 2025. Mais de R$ 6,3 bilhões foram descontados dos beneficiários entre 2019 e 2024. Considerando empréstimos consignados e mensalidades de associações que aparecem nos pagamentos do INSS, o valor pode ser bem maior, em um total de R$ 91 bilhões em descontos.

O próprio ministro da Casa Civil, Rui Costa, apontou, em entrevista a “O Globo” que a Controladoria Geral da União (CGU), comandada pelo ministro Vinícius Carvalho, seria a principal responsável pelo crescimento do volume de fraudes no INSS nos últimos anos. Segundo ele, a CGU não cumpriu com o seu papel de evitar o problema e apontar falhas de procedimentos nos descontos feitos em mensalidades de aposentados e pensionistas.

Na avaliação do chefe da Casa Civil, essas falhas deveriam ter sido apresentadas ao então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, demitido no último dia 2. “Ao fim e ao cabo, nós deixamos passar dois anos, período no qual mais pessoas foram lesadas, para poder corrigir o problema? O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva”, afirmou.

A Controladoria Geral da União iniciou a apuração em 2023, com realização de auditorias em 29 entidades que tinham Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS. Nessas auditorias, foi identificado que as entidades não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários e que 70% s não tinham entregado a documentação necessária.

Apenas em 2024, a CGU encaminhou o relatório sobre as irregularidades encontradas nas aposentadorias e pensões para o INSS, com recomendações que deveriam ser adotadas pelo órgão para evitar as fraudes. Só no final de abril de 2025, após a operação da PF, o governo suspendeu os descontos de mensalidades associativas concedidos pelo INSS.

O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que pediu demissão após o escândalo, afirmou que sabia das denúncias desde 2023 e admitiu que houve demora, por parte do INSS, na apuração de denúncias das fraudes reveladas pela operação Sem Desconto, em 24 de abril. Mesmo com a saída dele, a situação envolvendo o INSS ainda está caótica.

“Em junho de 2023, se começou, dentro do INSS, uma autarquia independente, a se fazer a verificação das denúncias que não era a primeira vez, o 135 (Central do INSS) recebe toda hora uma denúncia, de alguém que se sente enganado, de alguém que diz que não autorizou”, disse Lupi. “Eu pedi à época, instruí, para que o INSS, que é a instituição responsável pela ação dessa política pública, começasse a apurar essas denúncias. Levou-se tempo demais”, acrescentou, em reunião do Conselho Nacional da Previdência Social.

Escândalo pode agravar crise de popularidade

A denúncia envolvendo desvios de recursos nos contracheques de segurados do INSS deve agravar a crise de popularidade que já vem sendo enfrentada há meses pelo governo federal, avalia o cientista político e professor do Ibmec Adriano Cerqueira. “O impacto já ocorreu e provavelmente deve resultar na queda no índice de aprovação do presidente Lula (PT), bem como no aumento de sua desaprovação”, analisa o especialista.

Além de atingir a população mais velha, o cientista político pontua o fato de o relatório da Controladoria Geral da União ter identificado que a maior parte das pessoas lesadas pelo esquema são da região Nordeste, justamente onde, historicamente, o presidente tem forte base de eleitores. Outro ponto de desgaste para a imagem da gestão petista, segundo Cerqueira, é a possibilidade de que o governo utilize dinheiro público para ressarcir as vítimas dos desvios. “Certamente muitos contribuintes se sentirão novamente lesados. O que não deve prosperar é a percepção de impunidade para os responsáveis por esse escândalo”, conclui.

O advogado previdenciário Rodolfo Ramer, vice-presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-SP, destaca que o INSS está tentando bloquear dinheiro das associações.

“Mas estamos falando em mais de R$ 6 bilhões. Provavelmente, essas associações não tenham mais esse dinheiro, já sumiu”, observou o advogado. “Quando falamos que o Tesouro vai devolver, estamos falando que a própria população vai devolver. Porque isso vai ser tirado de impostos que pagamos e será redirecionado”.

Propostas buscaram aumentar o controle

A partir de 2019, algumas iniciativas legislativas buscaram aumentar o controle sobre os descontos em aposentadorias e pensões, mas partidos que hoje compõem a base governista foram contrários às medidas. Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou um texto ao Congresso que previa uma revalidação anual dos descontos em benefícios do INSS. A iniciativa foi alterada pelos parlamentares duas vezes. A versão final aprovada acabou dando fim à iniciativa que fortaleceria o controle sobre os descontos.

A tentativa de endurecer as regras começou em janeiro de 2019, por meio de medida provisória, assinada por Bolsonaro e os então ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Paulo Guedes (Fazenda). O texto estabelecia que, para os descontos destinados a associações, a autorização deveria ser revalidada anualmente. O Congresso flexibilizou o texto. Bolsonaro editou outra MP, em outubro de 2020, que ampliava a margem de empréstimo consignado. Os parlamentares adiaram o começo da revalidação para que acontecesse a cada três anos.

O atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT-PE), na época deputado federal, assinou emenda a essa medida para adiar mais a revalidação. A emenda foi apresentada pelo então deputado Vilson da Fetaemg (PSB-MG) e coassinada por Daniel Cabral (PSB-PE), Enio Verri (PT-PR) e Jorge Solla (PT-BA), além de Queiroz.

TCU fez pente-fino em R$ 91 bilhões

As irregularidades em descontos na folha de pagamento de aposentados do INSS foram identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em junho de 2024, cerca de dez meses antes da operação da Polícia Federal (PF) que revelou o rombo de R$ 6,3 bilhões. Foram analisados, pelo TCU, R$ 91 bilhões em descontos, incluindo empréstimos consignados e mensalidades de associações que aparecem nos pagamentos do INSS.

A conclusão da auditoria foi de que nem todos os descontos tinham sido autorizados pelos aposentados. Passaram a ser exigidas assinatura eletrônica avançada e biometria para novos descontos. O TCU determinou ao INSS o bloqueio automático para novos descontos de empréstimos e de associações. Também ordenou que fossem tomadas medidas para identificar e responsabilizar associações suspeitas.

O Tempo

Com vista para o STF: casal é flagrado fazendo sexo no Panteão da Pátria

FOTO: REPRODUÇÃO

Um dos pontos mais vigiados e seguros da capital da República serviu de palco para um casal ignorar toda a segurança ao redor da Praça dos Três Poderes e protagonizar cenas de sexo no topo do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.

Sem pudor e seminus, o homem e a mulher aproveitaram a transa e a paisagem com vista livre para o Supremo Tribunal Federal (STF). As imagens, gravadas por alguém que usou um aparelho celular, começaram a circular em grupos de WhatsApp nos últimos dias.

No vídeo, que aparenta ter sido registrado durante o alvorecer, outro casal passa caminhando tranquilamente ao lado do monumento erguido para homenagear heróis e heroínas nacionais que, de algum modo, serviram para o engrandecimento da nação brasileira. No momento, no topo do Panteão, o homem apertava o ritmo, com direito a tapinhas na bunda da parceira, além de algumas puxadas de cabelo.

Segundo o artigo 233 do Código Penal Brasileiro, “praticar ato obsceno em lugar público, aberto ou exposto ao público” é crime. A pena é de 3 meses a 1 ano de detenção ou o pagamento de uma multa.

As informações são do Metropoles

5,1 milhões de eleitores irregulares podem ter título cancelado

FOTO: SECOM/TSE

Faltam apenas 8 dias do fim do prazo para regularizar o título eleitoral, e 5,1 milhões de eleitoras e eleitores com pendências na Justiça Eleitoral podem ter o documento cancelado, após 19 de maio. Desde o dia 7 de março até a manhã deste domingo (11), 116.573 pessoas procuraram regularizar o título.

Eleitoras e eleitores que precisam agir para evitar o cancelamento do documento de identidade cidadã são faltosos às eleições que nem justificaram a falta, tampouco pagaram a multa referente à ausência nos três últimos pleitos (regulares ou suplementares), sendo cada turno considerado uma eleição.

O Código Eleitoral sujeita o eleitor a alguns impedimentos, enquanto não regularize a situação na Justiça Eleitoral.

“Somente com o título em dia é possível votar, tomar posse em concurso público, obter passaporte ou CPF, renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial, participar de concorrência pública e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação eleitoral”, alerta o TSE.

Diário do Poder

Brasileira é a segunda mulher mais rica da América do Sul

FOTO: REPRODUÇÃO

O Brasil tem a segunda mulher mais rica da América do Sul. Vicky Safra e sua família têm um patrimônio avaliado em US$ 22,2 bilhões. Saiba quem são as cinco donas das maiores fortunas do continente, segundo ranking da Forbes

  1. Iris Fontbona
    País: Chile

Patrimônio: US$ 28,1 bilhões

Idade: 82 anos

Iris e seus filhos herdaram os negócios de seu falecido marido Andrónico Luksic. Ela é proprietária de minas de cobre no Chile. A família também tem uma participação majoritária no Quiñenco, um conglomerado chileno de capital aberto ativo nos setores bancário, cervejeiro e industrial.

  1. Vicky Safra
    País: Brasil

Patrimônio: US$ 22,2 bilhões

Idade: 72 anos

Vicky Safra é a mulher mais rica do Brasil. Vicky e seus quatro filhos herdaram a fortuna de seu falecido marido e pai, o banqueiro Joseph Safra. A família é dona do Banco Safra no Brasil, do banco suíço J. Safra Sarasin e do Safra National Bank of New York.

  1. Maria Asuncion Aramburuzabala
    País: México

Patrimônio: US$ 9 bilhões

Idade: 62 anos

María Asunción Aramburuzabala é herdeira da participação de sua família no Grupo Modelo – vendido por US$ 20 bilhões à Anheuser-Busch em 2013. Ela comanda a Tresalia Capital desde 1996, investindo em marcas de sucesso como Tory Burch e Casper. Também é acionista e conselheira da gigante de cosméticos Coty Inc.

  1. Beatriz Dávila de Santo Domingo
    País: Colômbia

Patrimônio: US$ 4,6 bilhões

Idade: 86 anos

Beatriz Dávila é viúva do barão da cerveja colombiano Julio Mario Santo Domingo, falecido em 2011. Ela controla mais de um terço da holding da família Santo Domingo, sediada em Luxemburgo, por meio da qual ela possui ações na Anheuser-Busch InBev. A família também possui uma participação no Château Pétrus, vinícola francesa que produz alguns dos vinhos mais caros do mundo. A família também possui participações públicas em grandes empresas como Keurig Dr. Pepper, Kraft Heinz e JDE Peet’s, dona da Peet’s Coffee.

  1. Cynthia Helena Grossman Fleishman
    País: México

Patrimônio: US$ 1,9 bilhão

Idade: 70 anos

Cynthia Grossman é uma das principais acionistas da Arca Continental, a segunda maior engarrafadora da Coca-Cola na América Latina. Filha de Burton Grossman, fundador do Grupo Continental em 1964, ela herdou os negócios da família e hoje, junto com seu irmão Bruce, detém cerca de 10% das ações da companhia. A Arca Continental opera mais de 45 fábricas e 345 centros de distribuição em todo o continente americano.

O Tempo

Temer: Lula vai “meditar duas ou dez vezes” sobre tentar reeleição

FOTO: REPRODUÇÃO

O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode levá-lo a repensar uma eventual candidatura à reeleição. Segundo Temer, Lula perdeu a prática de diálogo com o Congresso Nacional que marcou seus mandatos anteriores.

– Eu acho que o presidente Lula não tem feito uma coisa que ele fazia muito nos dois primeiros mandatos. Ele dialogava muito com o Congresso Nacional. Segundo ponto, caiu a popularidade dele, sem dúvida alguma. O que penso fará com que ele medite duas ou três ou dez vezes para ser candidato à Presidência pela quarta vez – disse.

A declaração foi dada ao programa Canal Livre, da Band.

Temer disse ainda ver possibilidade de que, em 2026, a direita lance uma candidatura única à Presidência.

– Eu vejo que, nas conversas que eu tive com alguns governadores, eles estão muito dispostos a uma coisa dessa natureza. Se saírem cinco candidatos deste lado e um único candidato do outro lado, é claro que o candidato do outro lado vai ter uma vantagem extraordinária – avaliou.

As declarações de Temer ocorrem em um momento em que o governo enfrenta desgaste crescente na avaliação popular. No final de abril, levantamento do Paraná Pesquisas mostrou que 57,4% dos brasileiros desaprovam o governo do presidente Lula, a maior taxa desde o início do atual mandato.

A aprovação ficou em 39,2%, enquanto 3,4% não souberam opinar ou não responderam. A pesquisa, feita desde agosto de 2023, também revelou o menor índice de aprovação registrado até agora.

Os dados confirmam uma tendência já apontada por outras pesquisas. No início de abril, o Datafolha mostrou que, apesar de o governo ter estancado a queda na popularidade após atingir o pior patamar de todos os seus mandatos, a reprovação ainda segue acima da aprovação.

Além disso, Lula é o presidente que menos promoveu encontros oficiais com parlamentares em suas agendas públicas neste terceiro mandato.

A articulação de Temer nos bastidores com vistas às eleições de 2026 tem chamado atenção não só entre políticos, mas também nas redes sociais. O ex-presidente viralizou após ser citado em um post do consultor eleitoral Wilson Pedroso como possível candidato ao Planalto.

A publicação, feita no Instagram, é uma “brincadeira” do consultor – que repetiu o formato com outros políticos -, mas o post de Temer já acumulou 2,8 milhões de visualizações, 121 mil curtidas e 46 mil compartilhamentos até a noite deste sábado (10).

AE

Concurso de miss vira pesadelo: modelos citam prejuízo de R$ 100 mil

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Um grupo de 16 modelos denunciou, por meio das redes sociais, ter sido vítima de um golpe após o cancelamento do Concurso de Miss Goiás 2025. Segundo elas, o prejuízo conjunto ultrapassa os R$ 100 mil.

De acordo com as modelos, elas chegaram a pagar R$ 1,5 mil de inscrição no concurso, que teria formato de reality show, além de outras taxas, despesas e até mesmo procedimentos estéticos. No entanto, a atração foi cancelada sem qualquer aviso prévio e sem a devolução dos valores.

A denúncia foi feita na última terça-feira (6/5).

Concurso cancelado

Conforme as modelos, o concurso funcionou por cerca de quatro dias na modalidade de competição, na qual as pessoas acessavam uma plataforma (que já está fora do ar) e votavam nas candidatas. O registro dos votos custava R$ 2 e o portal era divulgado nas redes sociais das próprias candidatas.

“Contagem regressiva iniciada! De 04 a 07 de maio, o Miss Goiás 2025 promete surpreender com um novo formato: um verdadeiro reality show de beleza, superação e emoção!”, consta em uma das publicações da organização nas redes sociais.

Segundo elas, o projeto começou a ser pensado em setembro e, após dois adiamentos seguidos para o início da atração, a realização do evento informou sobre o cancelamento por meio de mensagens. A organização apontou motivos de força maior e falta de apoio dos órgãos públicos municipais e estaduais para a não realização do evento, além de dificuldades em estabelecer parcerias que valorizassem o projeto de forma profissional.

Ainda de acordo com as misses, após o cancelamento do concurso, o organizador Fernando Ferreira teria sumido e não atendido mais ligações de nenhuma delas.

Metrópoles

Brasileira ‘bonita demais’ para ser freira perde o cargo e quer justiça do Vaticano

FOTO: REPRODUÇÃO

Nos 18 dias entre a morte do papa Francisco e a eleição do papa Leão 14, uma religiosa brasileira passou a viver na Itália uma história que parece ter saído de um romance de Dan Brown, autor de “O Código da Vinci”. Foi deposta do seu alto cargo na Igreja após ser denunciada ao papa em uma carta anônima. E sua saída causou a debandada de mais onze freiras, deixando o monastério pela metade. Agora, essa freira brasileira afirma que vai lutar por justiça.

Até o dia da morte de Francisco, Aline Pereira Ghammachi era madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, uma construção de pedra centenária que fica perto de Veneza. Nascida no Amapá e formada em administração de empresas, irmã Aline dedicou sua vida à religião. Foi tradutora de documentos sigilosos e intérprete de eventos da Igreja. Até que, em fevereiro de 2018, foi indicada para chefiar o mosteiro. Tinha 33 anos e era a madre-abadessa mais jovem da Itália.

A comunidade que encabeçava tinha pouco mais de 20 religiosas. Desde que Aline assumiu o lugar, as freiras abriram as portas para a comunidade: passaram a oferecer auxílio para mulheres vítimas de violência e criaram uma horta comunitária para pessoas com autismo, além de plantarem uvas para a produção de prosecco.

Até que, dois anos atrás, irmã Aline foi denunciada em uma carta anônima que foi enviada ao papa Francisco. “Disseram que eu destratava e manipulava as irmãs.” A denúncia anônima também afirmava que Aline ocultava o orçamento do mosteiro. Após a carta chegar a Francisco, começou uma auditoria do mosteiro. A primeira inspeção foi em 2023. Durou semanas e, após ela, sugeriu-se que o caso fosse arquivado, em um documento a que a Folha teve acesso.

Mas o caso foi reaberto meses depois. “Acredito que tenha sido a pedido de frei Mauro Giuseppe Lepori”, diz a freira. Lepori é abade-chefe da ordem que dirige o mosteiro, e Aline havia trabalhado com ele por anos. “Ele dizia que eu era bonita demais para ser abadessa, ou mesmo para ser freira. Falava em tom de piada, rindo, mas me expôs ao ridículo.”

Em 2024, o Vaticano mandou outra visitadora apostólica até o mosteiro. “Ela não fez nenhum teste conosco, não fez absolutamente nada, apenas teve uma conversa. E chegou à conclusão de que eu era uma pessoa desequilibrada e que as irmãs tinham medo de mim.”

Quase um ano depois da visita, enquanto o papa Francisco convalescia, irmã Aline ficou sabendo da decisão: ela havia perdido seu cargo, e uma nova madre-abadessa assumiria a comunidade.

A nova abadessa, de 81 anos, chegou no dia da morte do papa argentino. Afirmou que estava lá em nome dele, inclusive. “Isso aconteceu num dia de luto para a Igreja, e num dia em que nós não poderíamos recorrer a ninguém. Chega essa comissária e se diz representante de uma pessoa que não existe mais.”

Aline afirma ter ouvido que precisaria sair do mosteiro e ficar isolada em outra comunidade católica. “Disseram que eu teria de fazer um caminho de amadurecimento psicológico.”

Ela não aceitou a mudança. “Primeiro, porque eu não sabia a razão de ter sido mandada embora do mosteiro. E segundo porque não existiu uma denúncia formal ou um julgamento.”

Aline partiu do Mosteiro San Giacomo di Veglia no dia 28 de maio, uma semana após a morte do papa. No dia seguinte, cinco irmãs fugiram do mosteiro e foram até uma delegacia de polícia da cidade. Afirmavam que foram embora só com o hábito do corpo, sem levar os próprios documentos, por não aguentar a pressão que se criou no lugar com a intervenção. Outras freiras e noviças também deixaram a comunidade desde então. Onze das 22 mulheres que viviam no mosteiro saíram desde que irmã Aline se foi. “As que ficaram são as irmãs anciãs, de 85 anos, 88 anos”, diz a brasileira.

Uma das freiras que fugiu se manifestou publicamente para defender a ex-abadessa brasileira. “Foi inaugurado um tratamento medieval, um clima de calúnias e acusações infundadas contra a irmã Aline que, por sua vez, é uma pessoa muito séria e escrupulosa e que nos últimos anos se tornou o ponto de referência para a comunidade”, disse a freira Maria Paola Dal Zotto ao jornal Gazzettino.

A Igreja não se pronuncia sobre o caso. Mas frei Mauro Giuseppe Lepori comentou os acontecimentos com o jornal. Lepori escreveu em uma mensagem: “A ex-abadessa está se libertando, acreditando que pode recuperar o poder e a vaidade por meio de mentiras e manipulação da mídia”.

Desde que saiu do mosteiro, Aline passou alguns dias na casa da sua irmã (de sangue) em Milão e, na semana do conclave, foi até o Vaticano, para tentar recorrer do que considera uma injustiça. “Eu não tive direito de defesa. Fui colocada para fora do mosteiro, sem motivação. Estamos até recorrendo no Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. Por que aconteceu? Porque eu sou mulher, porque eu sou jovem e porque, principalmente nesse contexto, sou brasileira.”

O caso ganhou as manchetes da imprensa italiana. A RAI, um dos principais canais de televisão da Europa, fez uma reportagem especial sobre o tema. Um repórter foi até a região e entrevistou moradores. A chamada da matéria era: “Freira em fuga: bela demais para ser abadessa?”. O jornal Corriere del Veneto noticiou na última quarta-feira (7) que uma produtora audiovisual da Alemanha já planeja transformar essa história em um filme.

Irmã Aline diz que sua aparência não deveria ser um fator levado em conta numa questão profissional. Mas concorda que sua origem, sua idade e mesmo sua feição podem ter tido peso nessa história. “Aí mostra a questão sexista, machista. Porque uma pessoa jovem e bonita deve ser burra. Não pode ser inteligente, tem que ficar calada.”

Ela afirma que não vai se calar. Nem parar de trabalhar. Um benfeitor do mosteiro colocou à disposição das irmãs uma villa, uma mansão onde as freiras que fugiram vão poder continuar seu serviço social. No dia em que o novo papa foi eleito, irmã Aline falou à Folha. Estava a caminho do novo abrigo, que precisa ser mobiliado antes de ser aberto para a comunidade. Ela ainda não se reencontrou com as outras irmãs que saíram do mosteiro.

Mesmo que as 11 freiras em fuga sigam sua obra, elas vão ter de se afastar do cargo. “Infelizmente, vai haver uma ruptura. Nós vamos ter que pedir a dispensa de votos, que é uma obrigação canônica, mas queremos continuar nossa vida de trabalho e de oração. Nós amamos a Igreja. Vamos começar do zero. Mas com uma visão de futuro, de talvez começar de novo, em outra congregação”.

A freira brasileira vê com bons olhos a eleição de Leão 14 como papa. “Eu acredito que seja positivo, porque ele luta pelos direitos humanos. E ele é um papa canonista, ou seja, é formado em direito canônico. Então, ele vai entender a lei. Isso para mim já fala muito. Eu não estou pedindo nada mais do que a lei.”

Folha de São Paulo