Um evento organizado por católicos LGBT foi incluído pelo Vaticano no calendário oficial online para o Jubileu 2025.
Uma peregrinação do grupo italiano La Tenda di Gionata, marcada para setembro, aparece na lista. O evento deve atrair cerca de 32 milhões de turistas a Roma, no próximo ano.
O grupo La Tenda di Gionata deve fazer uma vigília de oração em uma paróquia local de Roma antes de fazer uma viagem à Basílica de São Pedro.
Agnese Palmucci, porta-voz do escritório de evangelização do Vaticano, que está organizando o Jubileu, disse que a inclusão do grupo no calendário não implica apoio aos seus eventos.
– Não são atividades patrocinadas. Uma vez verificado que há espaço, inserimos a peregrinação no calendário geral
O Ano Santo Católico começa em 24 de dezembro e vai até 6 de janeiro de 2026.
Nessa sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na Cúpula do Mercosul, que aconteceu em Montevidéu, Uruguai, mas o que chamou a atenção foram as expressões faciais do presidente da Argentina, Javier Milei, durante a fala do petista.
Com fones de ouvido para acompanhar a tradução do discurso de Lula, Milei sorriu, levou as mãos para o rosto, arqueou as sobrancelhas e olhou fixamente para frente, sem encarar Lula que estava sentado próximo a ele.
O presidente brasileiro discursava para celebrar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), fazendo elogios aos países da América do Sul.
– Nossa pujança agrícola e pecuária nos torna garantes da segurança alimentar de vários países do mundo, atendendo a rigorosos padrões sanitários e ambientais. Não aceitaremos que tentem difamar a reconhecida qualidade e segurança de nossos produtos. O Mercosul é um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental – disse Lula.
Milei assumiu nesta sexta a presidência do Mercosul e apresentou suas prioridades para o grupo, como a criação de uma agência de combate ao crime organizado e a flexibilização dos regulamentos internos do bloco.
O presidente argentino também disse que o bloco “não funciona” no seu estado atual e que deve ser adaptado para que seja “funcional para as necessidades dos seus integrantes”.
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) homenageia nesta sexta-feira (6) industriais e apoiadores da indústria potiguar com a Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore. A cerimônia de agraciamento acontece no Olimpo Recepções, às 20h, em cerimônia restrita à Diretoria da FIERN e convidados.
Serão agraciados, nesta edição, os empresários Francisco Vilmar Pereira, José Garcia da Nóbrega, Edilson Trindade, Helane Cruz, Marize Tavares e Everton Padilha. A homenagem será entregue como reconhecimento a personalidades que se destacam pelo empreendedorismo, trabalho para o desenvolvimento da indústria e em defesa da livre iniciativa.
Na ocasião, também será entrega a Medalha da Ordem do Mérito Industrial, mais alta comenda concedida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos empresários que contribuem para o fortalecimento da indústria nacional e para o crescimento sustentado da economia brasileira. Neste ano, será homenageado o industrial Amaro Sales de Araújo, vice-presidente da CNI.
Na edição anterior, foram agraciados com a Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore os empresários Marinho Herculano de Carvalho, Zauleide de Queiroz Leite, Amaro Sales de Araújo, Sandro Jorge Peixoto de Lima, Maria de Fátima Dantas, Edésio Teixeira Lima, Roberto Zitelmann de Oliva e José Hamilton Mandarino de Mello.
Conheça os homenageados:
Francisco Vilmar Pereira
Empresário nos ramos petrolífero, de gás natural e imobiliário, é diretor-presidente das empresas Vipetro, Petroforte Factoring e Petroimóveis. Também atuou durante trinta anos no ramo da aviação com a VASP. Atualmente, é 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), foi presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas do Estado do Rio Grande do Norte (SIMETAL-RN), da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Associação Comercial (ACIM) de Mossoró.
José Garcia da Nóbrega
Atua desde a década de 1970 na indústria e na agropecuária. Ao longo dos anos, sua empresa exerceu atividades relacionadas à fabricação de óleos vegetais e fabricação de artefatos têxteis. Em 2013, foi eleito, pela primeira vez, presidente do Sindicato da Indústria de Beneficiamento de Fibras Vegetais e do Descaroçamento de Algodão do Rio Grande do Norte (SINDFIBRAS-RN). Tem atuado diretamente na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), sendo diretor 2º secretário na gestão de Amaro Sales e, atualmente, é diretor 1º tesoureiro da FIERN.
Edilson Trindade
É um dos vice-presidentes da FIERN e delegado do SINDLEITE-RN. Desde a década de 1970 atua no setor de laticínios no Rio Grande do Norte. Iniciou sua trajetória entregando leite na Cooperativa de Laticínios de Natal — CLAN. Algumas décadas mais tarde, assumiu a CLAN, que passou a se chamar Comercial de Laticínios de Natal Ltda. e, desde então, vem aprimorando a produção com controles de qualidade, sem esquecer de cuidar da sustentabilidade, com um grande portfólio de produtos e atendendo os estados da Paraíba e Ceará. Em 2024, recebeu pela 14ª vez o prêmio Top Natal como marca mais lembrada de laticínios da capital potiguar.
Helane Cruz
Presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Rio Grande do Norte (SIFT-RN). É formada em Serviço Social pela a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG) e mestre em Administração de Negócios na área de Serviço de Saúde e Gestão Hospitalar pela Faculdade de Ciência da Administração e Direito de Pernambuco (FCAP/UPE). Por alguns anos morou em Minas Gerais e Pernambuco, onde trabalhou em empresas do Grupo FIAT, no ramo automobilístico. Retornou ao Rio Grande do Norte para atuar no segmento têxtil.
Marize Tavares
Formada em Administração pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), pós-graduada em Gestão da Qualidade Total pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e graduada em Direito pela Universidade Potiguar (UNP). Atualmente é Assessora Jurídica e Administrativa da Indústria de Plásticos Andrea Ltda. (IPLAN), além de ser vice-presidente do Sindicato Indústrias de Material e Laminados Plásticos do Rio Grande do Norte (SINDIPLAST-RN).
Ana Cristina Araújo
Fundadora da Caicó Picolés e Sorvetes, empresa associada ao Sindicato da Indústria de Sorvetes, Congelados e Derivados do Estado do Rio Grande do Norte – SINDISORVETE/RN. Há mais de 30 anos atua no ramo, tendo iniciado com a fabricação caseira de picolés, hoje modernizou e ampliou os investimentos em estrutura e maquinário, fabricando também sorvetes, gelo em cubo e açaí.
Everton Padilha
Iniciou sua história na pesca com o pai, que trabalhou como pescador por oito anos no litoral paulista. Em 2002, inicia sua trajetória profissional, com a empresa consolidada no Pará na pesca de camarão rosa e do atum. Já em 2007, eleva o patamar da empresa ao abrir mercado direto com clientes nos Estados Unidos, iniciando uma operação inteiramente sem intermediários. Os anos seguintes foram de prosperidade e investimentos para o crescimento do negócio. Atualmente, a Oceano Pesca conta com 100 funcionários diretos e 50 indiretos.
Sobre a Medalha
A Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore é outorgada, anualmente, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte aos que se destacaram como apoiadores e incentivadores do progresso da indústria do Rio Grande do Norte.
A homenagem ao industrial Walter Byron Dore foi instituída em abril de 2014, na terceira reunião do ano da Diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), realizada na Casa da Indústria, por proposição do presidente Amaro Sales de Araújo em dar o nome do industrial à Medalha do Mérito Industrial Potiguar.
Nessa sexta-feira (6), a pastora Raquel Santiago, filha do apóstolo Valdemiro Santiago, gravou um vídeo para tranquilizar seus seguidores sobre a tentativa de sequestro que sofreu. Sem poder dar detalhes, ela conta que pessoas que conheciam a rotina dela estariam por trás do crime.
No vídeo, ela começa dizendo que, ao contrário do que foi noticiado na imprensa, a vítima da tentativa de sequestro seria ela, não o seu pai, que é líder da Igreja Mundial do Poder de Deus.
– Está sendo noticiado que meu pai sofreu uma tentativa de sequestro (…) Na verdade não foi o meu pai, fui eu. Não posso dar detalhes, porque está nas mãos da polícia.
Em seguida, Raquel conta que ela não foi pega pelos criminosos porque precisou ir ao médico antes de se dirigir ao local onde o grupo a esperava.
– A gente já sabe como foi armado. Eu já tinha avisado que estava indo para lá. Mas Deus é tão misericordioso que eu senti uma dor na coluna e fui ao médico de manhã antes de ir para lá. Foi então que recebi uma ligação dizendo que era para eu não ir, porque tinham bandidos.
Apesar do susto, a criadora do Troféu Gerando Salvação está bem e agradeceu a Deus pelo milagre.
De acordo com o site Metrópoles, uma quadrilha invadiu o sítio que pertence ao líder evangélico em Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada por volta das 10h, com a informação de que entre cinco ou seis homens estavam no sítio e fizeram o caseiro refém. Todos eles fugiram e, até o momento, apenas dois homens foram localizados e está sendo investigado se eles fizeram parte da ação.
O Boletim Econômico nº 12, divulgado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC) nesta sexta-feira (06), com informações da balança comercial do RN, revelou que o Rio Grande do Norte teve uma movimentação de R$ 1,5 bilhão nas transações de comércio exterior entre janeiro e novembro deste ano. Essa é a soma das exportações e importações potiguares no período.
Apenas no mês de novembro, as exportações atingiram US$ 102,9 milhões, enquanto as importações somaram US$ 55,1 milhões. Com isso, o saldo em novembro ficou em US$ 47,8 milhões.
“Esse desempenho positivo no campo exportador está intrinsecamente relacionado à comercialização de produtos como óleos combustíveis e frutas tropicais, que seguem como pilares da pauta exportadora potiguar”, aponta a análise feita pela equipe técnica.
As exportações de óleo combustível, no mês de novembro, ficaram em US$ 52,3 milhões. Em sequência, os melões frescos contribuíram com US$ 20,7 milhões, seguidos pelas melancias frescas, com US$ 9,0 milhões.
Os principais destinos das exportações foram as Ilhas Virgens (Americanas), com um volume de US$ 55,3 milhões; os Países Baixos, com US$ 12,5 milhões; a Espanha, com US$ 9,3 milhões; os Estados Unidos, com US$ 7,0 milhões; e o Reino Unido, com US$ 6,9 milhões. Esses cinco mercados juntos responderam por 88,7% do total exportado pelo estado em novembro.
Nas importações, a China permanece como o principal fornecedor de produtos ao Rio Grande do Norte, com US$ 23,7 milhões em novembro, com destaque para células fotovoltaicas (US$ 14,1 milhões), conversores elétricos (US$ 2,6 milhões) e quadros e painéis (US$ 821,2 mil).
O Boletim Econômico com os números da balança comercial é elaborado com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio da plataforma Comex Stat.
Nessa sexta-feira, a Polícia Federal iniciou a operação Escudo Infantil II, com a finalidade de combater o crime de abuso sexual infantojuvenil, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A operação cumpriu um mandado judicial de busca e apreensão expedido pela 9ª Vara da Justiça Federal/RN, em um endereço residencial na cidade de Pau dos Ferros, na microrregião do Alto Oeste Potiguar. Durante a ação, os policiais apreenderam um aparelho celular, que foi encaminhado à Delegacia da PF em Mossoró para perícia. Não houve flagrante.
A Escudo Infantil II é parte de uma série de ações da Polícia Federal voltadas à proteção de crianças e adolescentes, com o objetivo de identificar e desarticular redes criminosas envolvidas em abuso sexual infantojuvenil.
Um dos homens que morreram em confronto com policiais nesta sexta-feira (6), no município de Pureza, no Litoral Nordeste potiguar, era apontado como o maior apontado como maior assaltante de bancos do Nordeste, de acordo com a Polícia Civil. Ele foi identificado como José Ari Dantas da Silva, de 51 anos, e era natural da Bahia. A ação policial foi conduzida por policiais civis da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), durante a manhã.
A Divisão deflagrou a “Operação Tártaro”, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em roubos a bancos. A ação, realizada em uma granja no município de Pureza, resultou na morte de dois investigados, associados a crimes como assaltos e explosões de cofres de empresas de valores.
Após o grupo autointitulado “Cangaço” divulgar suas ações nas redes sociais e cometer diversos crimes, incluindo o roubo de um carro-forte em um supermercado na Zona Sul de Natal, no dia 5 de agosto de 2024, e um assalto a uma lanchonete na última segunda-feira (2), no bairro Lagoa Nova, as investigações foram intensificadas. A Polícia Civil localizou o esconderijo dos suspeitos e, ao chegar ao local, foi recebida a tiros. Em resposta, dois criminosos foram alvejados e, apesar de serem socorridos, não resistiram.
Além de José Ari Dantas da Silva, apontado como um dos assaltantes de bancos mais perigosos e experientes do país, José Carlos Renato Santos da Silva também morreu. Ele tinha 41 anos, era pernambucano e tinha antecedentes por roubo qualificado.
Durante a operação, foram apreendidos 17 explosivos, equipamentos para explosão e corte de cofres bancários, uma pistola, dois veículos roubados (um deles utilizado no roubo à lanchonete), placas adulteradas e outros materiais que indicavam o planejamento de uma grande ação criminosa contra uma instituição financeira.
A investigação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Receita Federal, Departamento de Inteligência Policial (DIP), Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Natal (DEFUR/Natal), Delegacia Especializada de Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (DEPROV/Natal) e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/Mossoró).
O nome “Tártaro” foi inspirado na mitologia grega, simbolizando o caos e a desordem provocados pela organização criminosa na Grande Natal.
O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates, que foi senador do Rio Grande do Norte entre 2019 e 2022, falou pela primeira vez sobre sua saída do Governo Lula, em maio deste ano. Ele deu declarações em entrevista ao jornal O Globo publicada nessa sexta-feira (6).
Jean afirmou acreditar ter contrariado interesses “que certamente não estava atento” e, embora diga não saber quais eram, aponta o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, como um dos responsáveis por convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a tirá-lo do cargo.
Ele relatou ter ficado incomodado com a presença de Silveira no gabinete de Lula quando foi comunicado da demissão. “Foi muito desagradável”, relembra Prates, que disse ainda buscar uma audiência com o presidente para “passar a situação a limpo”.
Para o ex-senador potiguar, Lula erra ao manter na base aliada partidos que criam dificuldades no Congresso e crises dentro do próprio governo, como a que resultou em sua demissão. “A oposição está dentro do próprio governo”, afirmou.
Veja trechos da entrevista:
Ficou alguma mágoa da forma como o senhor foi demitido pelo presidente Lula, na presença dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil)?
Na hora foi muito desagradável, mas depois entendi a situação. Houve uma última conversa em que o presidente me disse: “você não está recuando, tem alguns pontos de vista aqui dos ministros”. E eu falei: “eu não posso (recuar), porque eu sei o que eu estou fazendo. Sinta-se à vontade, o cargo é seu”. Aí ele respondeu que iria me substituir. Refletindo muito sobre aquela cena, eu percebi que o presidente estava desgastado com o embate, não era comigo. Tanto que depois houve um contato dele por uma pessoa dizendo: “vamos conversar, aquele momento ali não foi muito legal”. Ele estava pressionado e as pessoas ali aproveitaram a circunstância. Não tinha a ver com a Petrobras, nunca teve, na verdade. Não tenho ressentimentos, não existe mágoa com o presidente, nem mesmo com os ministros, porque é o jogo da política. Eu perdi essa batalha.
O senhor falou com o presidente depois?
Não, só através de outras pessoas.
O que o senhor acha que pesou mais para a sua demissão?
Foram falsas crises criadas para fragilizar a presidência da Petrobras. Por qual razão, eu não sei. Um dia vai se descobrir. Mas não havia crise do gás, não havia crise na fábrica de fertilizantes, também não teve crise dos estaleiros. Nós tínhamos programado, inclusive, um negócio chamado Mar de Oportunidades, que era um programa de resgate de estaleiros que nunca foi lançado. Foi apresentado à Casa Civil e foi engavetado, porque disseram que era mais do mesmo e não era. E, por fim, não havia crise de dividendos. Tanto não havia que os dividendos foram pagos agora.
Qual interesse o senhor acredita ter contrariado?
Haviam alguns outros interesses envolvidos, provavelmente, que eu certamente não estava atento. Talvez alguma coisa com relação ao próprio plano estratégico, à política, indicação de algumas pessoas na Petrobras que desagradaram. Pontualmente, foram coisas muito pequenas.
O senhor atribui a esses mesmos interesses as trocas nas diretorias que ocorreram após sua saída e, neste momento, as disputas no Conselho de Administração?
O desgaste com o Alexandre (Silveira) ocorreu inclusive por conta dessas coisas. O problema não era com o fato de o ministro indicar conselheiro, mas alguns conselheiros, alguns, é bom que se diga, começaram a deliberadamente dificultar as coisas. A gente levava para a pauta, não evoluía, e o próprio presidente do conselho falava: “você tem que falar com o ministro, tem que pedir para ele”. Para a presidência da Petrobras, isso é absurdo. A empresa é vinculada ao Ministério de Minas e Energia, ela não é subordinada.
Para o senhor, isso configurou uma interferência do governo?
Não acho que seja interferência. Interferência pode haver, porque o governo é o acionista majoritário, mas faz parte de uma lacuna de governança essa nebulosidade de até onde você pode mexer numa diretoria, ou pior ainda, numa gerência. A forma de dar comandos ao presidente da Petrobras e à sua diretoria é o Conselho de Administração. Então, a ordem dada pelo ministro ou mesmo pelo presidente da República tem que ser comunicada. E essa é a falha da governança que ainda existe na Petrobras. Eu diria que 98% da governança está perfeita. Os 2% que faltam são exatamente a lacuna de como o governo, sendo acionista majoritário, se comunica e organiza as diretrizes e instruções que ele dá para a diretoria.
O senhor tem planos de voltar a disputar um cargo político?
Não. Zero intenção de disputar. Eu saí da Petrobras e ninguém me ofereceu nada. Acho que a forma pela qual tudo aconteceu foi tão bem feita que pessoas devem ter pensado: alguma coisa ele fez, sendo que eu não fiz nada. Não roubei, não traí o presidente, tudo era balela. Eu conto nos dedos de uma mão pessoas do PT que me ligaram e foram meus amigos até esse momento.
Acredita que sua imagem foi prejudicada?
Não acho que ficou prejudicada. É uma opção minha baseada numa convicção que o partido é o técnico do político. Se eu estou na política partidária e eleitoral, o meu técnico não sou eu, o meu técnico é o partido. Neste momento compreendi que a mensagem é: “você não está escalado para nada”. Então, vou cuidar da minha vida porque eu não tenho política como profissão. Minha profissão é executivo e gestor público ou privado de recursos naturais e energia.
E como vê a estratégia do PT em relação à governabilidade, ao abrir espaços para partidos de centro, como o PSD, do ministro Silveira?
As circunstâncias mudaram muito. O que antes o governo controlava com ministérios, abrindo espaços, hoje não controla mais. Acabamos de ver uma votação em que dois partidos governistas votaram majoritariamente contra medidas do governo. Falta articulação, mas não é só isso. Falta uma visão de guarda-chuva geral, chamar todo mundo e dizer: “se você é o partido x e tem o delegado, o coronel, o antilulista, ou você trata com esse cara ou tem que sair da base do governo. Vai me devolver o ministério”. Tem que haver um basta para atrair uma base uníssona. A oposição hoje está dentro do governo Lula. Toda crise que acontece não é provocada pela oposição, é pela própria base governista.
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