
Em um relatório divulgado em 9 de janeiro, a organização não governamental espanhola Caminando Fronteras informou que ao menos 6.618 migrantes morreram ou desapareceram em 2023 enquanto tentavam chegar à Espanha, uma das portas de entrada para o continente europeu. O número praticamente triplicou em relação a 2022, quando 2.390 pessoas vieram a óbito ou desapareceram durante a migração. O valor era considerado “o registro mais alto” da ONG.
À imprensa de Madri, Helena Maleno, coordenadora do Caminando Fronteras, criticou a falta de recursos para as equipes de resgate no mar.
Entre 2018 e 2022, um relatório da ONG, publicado no ano passado, registrou 11.200 migrantes mortos ou desaparecidos, seis por dia, enquanto tentavam chegar em solo espanhol. Em 2023, foram 18 por dia.
“As migrações existem desde sempre, mas hoje chegou a um recorde de deslocamento que não era visto desde a segunda Guerra mundial, segundo a Acnur. Pessoas que são forçadas a sair de seus lares continuarão a tomar as manchetes, seja por conflitos e guerras, seja por mudanças climáticas ou melhores condições de vida”, explica Ana Paula Pinhati Oliveira, especialista em geopolítica e relações internacionais.
O aumento das tragédias migratórias é alarmante, com quase o dobro de migrantes chegando ilegalmente à Espanha em 2023, totalizando 56.852 pessoas.
Esse aumento é atribuído a um fluxo sem precedentes na rota pelo oceano Atlântico até às Canárias, de acordo com dados do governo espanhol.
Metrópoles

