Carnaval de Natal 2016 movimentou cerca de R$ 39 milhões, segundo Fecomércio
O Carnaval de Natal 2016 foi aprovado pelos turistas e natalenses que aproveitaram a folia de Momo na capital potiguar. A constatação foi apresentada nesta quarta-feira (2) pelo presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz, em entrevista coletiva que contou com a presença do prefeito de Natal, Carlos Eduardo.
O dirigente da Fecomércio RN detalhou a pesquisa e apontou que 94% do público recomendaria o Carnaval de Natal para amigos e familiares. A presença maciça dos potiguares na festa justifica a queda de arrecadação que foi acima de R$ 39 milhões em 2016.
“Essa diminuição de arrecadação em comparação a 2015, que foi de R$ 54 milhões, é justificada pelo momento de dificuldades que a economia brasileira atravessa. O potiguar tem um gasto médio menor que os turistas, já que as despesas diminuem. Os brasileiros estão cautelosos na hora de gastar o dinheiro”, explicou Marcelo Queiroz.
O presidente da Fecomércio RN também expôs que os turistas buscaram outros destinos, além de Natal, para aproveitar o Carnaval. As praias potiguares foram o principal destino extra, com destaque para Pirangi, Búzios, Touros e Baía Formosa.
“A Prefeitura acertou na volta do Carnaval e fez escolhas corretas nas atrações musicais para a festa. Ficamos surpresos com a queda na movimentação financeira, mas ela é compreensível. O importante é que o dinheiro ficou na cidade. E ficou porque teve Carnaval. Temos muito trabalho para fazer, de forma antecipada, nos hotéis, agências de viagens, em todo o segmento turístico”, afirmou Queiroz.
Carlos Eduardo Alves agradeceu a parceria da Federação do Comércio com a Prefeitura e com o evento, tanto como patrocinador e por elaborar a pesquisa, para ter uma ideia da movimentação econômica e a satisfação do público com o Carnaval natalense.
“Nós trouxemos de volta o Carnaval de Natal, que havia desaparecido. Em 2015, ele ressurgiu das cinzas, resgatando a alegria dos cidadãos, apostamos nisso. Esperávamos, no ano passado, alcançar 100 mil pessoas, mas passamos de 300 mil. Este ano, chegamos próximo das 400 mil pessoas e a tendência é o crescimento”, declarou o gestor municipal.
O prefeito amenizou a queda da movimentação financeira, dizendo, “que mesmo diante da crise econômica, o Carnaval gerou uma movimentação de R$ 40 milhões”. Carlos Eduardo comentou que escutou depoimentos dos natalenses que elogiaram o evento.
“A festa voltou e nunca mais vai embora. A cada ano, o Carnaval de Natal vai envolver ainda mais a população. É um projeto definitivo para Natal e sua economia”, disse ele.
Pesquisa
O levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Federação aplicou 653 questionários, entre os dias 4 e 9 de fevereiro, nos quatro polos montados para os eventos carnavalescos.
O percentual de homens participantes caiu de 58% para 55,9% enquanto que o de mulheres subiu, de 42% para 44,1%. Também houve crescimento da participação dos natalenses e potiguares em geral, o que naturalmente redundou numa menor participação percentual dos turistas. Enquanto em 2015, os turistas representaram 40,5% do público, em 2016, este percentual caiu para 17,5%. O percentual dos “nativos” presentes nos pólos de folia subiu de 59,5% para 82,5%. Isso teve, ainda, impacto direto no valor total movimentado pela festa.
Quando perguntamos o motivo da opção por Natal para passar o Carnaval, destaque para o item “Atrações Musicais” que havia sido citado por 28% dos entrevistados na pesquisa de 2015 e este ano mereceu a citação de nada menos que 40% dos foliões ouvidos. O item “festas gratuitas nas ruas” também aparece bem citado, tendo saído de 14,7% de menções em 2015 para 18,1% este ano. O fato de estes dois pontos terem reunido 58,1% das citações prova que a organização da festa foi determinante para a escolha da maioria ter sido por Natal.
Sobre os valores movimentados, o presidente Marcelo Queiroz chamou a atenção para alguns pontos. Primeiro que este ano houve um aumento de 20,5% no público que participou da festa. No entanto, o valor movimentado este ano – R$ 39,06 milhões – ficou 18% abaixo do volume movimentado no ano passado – R$ 54,8 milhões. Este paradoxo aparente se explica, segundo ele, basicamente por dois motivos.
“O primeiro é que houve uma queda substancial no percentual de turistas (em 2015 eles representaram 40,5% do público total e este ano foram 17,5%), com o consequente aumento do percentual de nativos nos eventos (natalenses e potiguares em geral). Como os gastos dos turistas são bem mais altos que os dos nativos, este novo cenário impacta diretamente no valor final movimentado. Além disso, o gasto médio diário por folião também caiu, tanto entre os turistas (de R$ 295,67 para R$ 285,26 – o que equivale a uma queda de 3,5%) como entre os nativos (de R$ 82,12 para R$ 60,23 – o que equivale a 26,6% de redução)”.
O presidente da Fecomércio destacou ainda que a nota média média conferida pelos foliões ao Carnaval de Natal – que atingiu este ano 8,5, contra 8,1 do ano passado – e a satisfação dos foliões com os preços cobrados nos eventos também aumentaram. “Vimos que mais 70% classificaram estes preços entre baixo e normal”, disse ele.
Também houve alta significativa dos percentuais daqueles que afirmam que voltariam ao evento (74,6% este ano, contra 61% no ano passado) e dos que recomendariam a festa a amigos e parentes (94,6% este ano contra 87,2% no ano passado).
A íntegra da pesquisa está disponível no site da Fecomércio RN (www.fecomerciorn.com.br).
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