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Zona Norte deve receber espaço próprio para a prática de skate

FOTO: LINCOLN CHAVES/AGÊNCIA BRASIL

Para muitos jovens, adultos e crianças, especialmente de periferias, o skate vai além de um simples esporte, sendo considerado um estilo de vida. Na Zona Norte de Natal, há uma grande ausência de espaços apropriados para a prática desse esporte, no entanto, essa situação pode estar prestes a mudar. Recentemente, a prefeitura de Natal tornou público, no último dia 3, um aviso de agendamento para licitação visando a construção da primeira pista de skate na região.

A futura pista, modelada no formato Bowl, caracterizado por proporcionar maior velocidade sem que o atleta precise tirar os pés do chão, está programada para ser erguida no Conjunto Santarém. O investimento destinado à sua construção será de R$ 251 mil. O processo de abertura para as empresas interessadas em executar a obra está marcado para o dia 23 de janeiro.

O design Bowl, além de possibilitar a presença de mais atletas na pista, apresenta algumas vantagens construtivas devido à sua estrutura ser diretamente incorporada ao solo. Isso elimina a necessidade de formas no fundo e reduz os efeitos das variações térmicas ambientais, que por vezes podem ocasionar fissuras no concreto.

Ausência de áreas para praticar o esporte

Jhon Ribeiro, residente no bairro do Igapó e praticante de skate, relata que sua paixão pelo esporte teve início na infância. Aos 8 anos, enquanto jogava videogame, o jovem vislumbrou a oportunidade de transformar aquela experiência em algo real.

No entanto, devido às limitações financeiras, o sonho do garoto demorou um pouco para se concretizar. “Na época, o skate era considerado um esporte de ‘playboy’, por ter um alto custo. Lembro até hoje que o primeiro skate que eu tive, foi um do Homem-Aranha que meus pais compraram na promoção de R$ 19,90”, relembrou.

Apesar da perspectiva animadora da possível construção da nova pista, é crucial destacar que os skatistas da Zona Norte enfrentam a carência de um local apropriado para a prática do esporte. Atualmente, um dos poucos espaços designados para esse fim é uma antiga pista nas proximidades do Supermercado Nordestão, no conjunto Santa Catarina, no bairro Potengi. Contudo, a pista apresenta condições precárias, sendo antiga, mal iluminada e repleta de buracos.

Por essa razão, muitos jovens perdem a chance de aprimorar suas habilidades e treinar de forma adequada no esporte. Atualmente, o skate é reconhecido como uma atividade recreativa esportiva, tendo sido incluído nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e também faz parte dos Jogos Olímpicos de Paris deste ano.

“Cara, fazer skate sem um lugar bacana e sem grana pra consertar as peças é osso. É tipo se virar nos trinta, arrumar jeitos alternativos de praticar, dar um jeito de improvisar pra não deixar a vibe do skate morrer. Muitos skatistas encontram maneiras criativas, como usar áreas públicas (street) ou espaços improvisados ou até mesmo criam os obstáculos”, relatou Ribeiro sobre as dificuldades que os skatistas lidam.

“Não ter uma pista boa é o que mais atrapalha, mas o importante é não parar de praticar. Não ter uma pista boa, não ter as peças e equipamentos necessários. Mas é como chorão falava: ‘eu faço da dificuldade a minha motivação’”, acrescentou.

John destaca como o skate representa mais do que apenas um estilo de vida para muitos jovens das periferias.

Agora RN

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