Como membro da comissão mista que acompanha as ações de enfrentamento à covid-19, a senadora Zenaide Maia participou na manhã desta sexta-feira (13) da audiência para ouvir a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan sobre testes com a vacina CoronaVac. O diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, e do Instituto Butantan, Dimas Covas, foram questionados sobre o processo de suspensão do estudo clínico da CoronaVac no início da semana após a morte de um voluntário.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que a “politização” sobre este e outros episódios que envolvem a imunização cria clima contrário às vacinações. “Todas as questões relativas às vacinas obviamente que têm impacto na população”, afirmou ele, citando queda em coberturas de vacinação de poliomielite e sarampo.
No Congresso Nacional, o presidente da Anvisa, contra-almirante Antonio Barra Torres, afirmou que a interrupção dos estudos foi “técnica” e defendeu a autonomia e isenção do órgão. “Interferência política na agência, são duas palavras: não há.”
Para senadora Zenaide Maia a vacina é essencial e não podemos deixar ficar insensível, além de politizar um assunto que é de interesse mundial. “Não foi o congresso nacional e nem a população que politizou. Se não tivesse nenhum comentário de uma pessoa que tem influência para população, não teria tido a conotação de politização. Quem na verdade politizou foi o presidente da República, porque o que chamou a atenção foi ele declarar publicamente a suspensão dos estudos como uma vitória dele. Criar uma desconfiança e tirar a credibilidade de instituições como a Anvisa e o Instituto Butantan é imperdoável. Devemos prosseguir e evitar esse tipo constrangimento”, disse Zenaide Maia.
O senador Oriovisto Guimarães elogiou a senadora: “Parabéns Zenaide! Muito importante seu alerta. Precisamos evitar, de todas as formas, que a questão das vacinas seja politizada. A ANVISA precisa continuar na mão de técnicos, médicos, especialistas totalmente independentes. Votarei contra qualquer tentativa de politização da ANVISA”, declarou.