O governo Jair Bolsonaro, por meio da Agência Nacional de Cinema (Ancine), bloqueou recursos para tentar impedir o lançamento do filme “Vou Nadar Até Você“, que estaria “chocando seus padrões morais” por causa de uma cena em que a atriz Bruna Marquezine, que protagoniza a produção, aparece nua fumando maconha.
Segundo reportagem de Antônio Gonçalves Filho, no portal Estadão nesta segunda-feira (2), o diretor do longa Klaus Mitteldorf disse que conseguiu terminar o filme “por milagre”, porque “o dinheiro que era para a pós-produção e o lançamento do filme foi bloqueado pela Ancine”.
O filme de estreia de Mitteldorf conta a história de Ophélia, vivida por Marquezine, que vive em busca por seu pai.
Como Ophélia, Marquezine aparece numa cena fumando um baseado ao lado de Fernando Alves Pinto, que interpreta o papel de Smutter, contratado pelo pai de Ophelia para seguir seus passos na longa viagem empreendida por ela (a nado) entre Santos e Ubatuba.
Em um post recente no Instagram, a atriz descreveu os desafios e felicidade em poder interpretar a personagem. Sobre os desafios, Bruna narra as horas de gravação e o tempo em que passou, literalmente, dentro d’água.
“Me desafiou em tantos lugares: do meu próprio processo de atuação, muito intuitivo, ao desgaste físico que é rodar um filme nadando por horas, nos horários mais distintos. Ophelia mergulha, literalmente, sem querer numa jornada de autoconhecimento, e eu fiz o mesmo”, revela.
Sobre cenas de nudez:
“Quando o Klaus [Mitteldorf, diretor do filme] me apresentou o projeto, pude conhecer melhor seu trabalho como fotógrafo e a série dele, A Morte de Ophelia, que é lindíssima. Sou apaixonada por fotografia, então de cara fiquei animada em fazer arte com ele. Já faz três anos que rodamos e tudo que acontece no filme, das cenas de nudez ou a com maconha, nada é de graça. Tudo faz parte de uma história, minha preocupação desde o início era apenas contar esta história e fazer arte. Tudo era um ambiente de muita parceria e liberdade, onde podia contribuir à obra. Acredito que tudo isso não é maior que a história contada, porque sabíamos que visualmente havia um objetivo maior.”